O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou os recursos para as regiões do Amazonas durante a abertura do Intermodal South America, realizado em São Paulo. Crédito: Vosmar Rosa/MPor
Região Norte
Regiões do AM atingidas pela seca vão receber investimentos de R$ 400 mi
Trecho de Tabocal é considerado crítico para a navegação devido ao seu nível atual, que impede a entrada de navios cargueiros
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que vai investir R$ 400 milhões de reais na região da costa do Tabocal, próximo ao município de Itacoatiara, a 270 quilômetros da capital do Amazonas, Manaus, e também Benjamin Constant, interior do Estado. O trecho de Tabocal é considerado crítico para a navegação por conta de seu nível atual, que impede a entrada de navios cargueiros com os insumos que abastecem as indústrias da Zona Franca de Manaus (ZFM). Já Benjamin Constant está em situação de emergência por conta da seca dos rios Solimões e Javari.
No mês passado, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, anunciou com o Ministério dos Transportes e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) uma verba de R$ 100 milhões para o início da dragagem no Rio Amazonas — as obras começaram no dia 23 do mês passado.
“Tivemos uma seca muito dura no ano passado e a gente tem dialogado bastante com os ministérios de Minas e Energia, Meio Ambiente e Casa Civil para iniciar este montante. São investimentos que serão fundamentais para que a gente consiga avançar na agenda hidroviária da região”, disse o ministro.
No mês passado, Costa Filho afirmou, durante o evento de lançamento do calendário do Grupo Brasil Export, em Brasília, que pretende lançar cinco parcerias público-privadas para concessão de hidrovias no Brasil. “Esses investimentos são fundamentais para levar tranquilidade, acessibilidade e governança neste período de estiagem que a gente tende a enfrentar neste segundo semestre”, disse.
O ministro participou da 28ª edição do Intermodal South America, que acontece até esta quinta-feira (7), no São Paulo Expo, na capital paulista. Na conversa com jornalistas, disse ainda que pretende lançar a Secretaria Nacional de Hidrovias no próximo dia 25, mas ainda não revelou quem vai comandar a pasta.
Segundo o ministro, os cinco leilões de hidrovias vão atender cerca de 15 mil quilômetros de vias navegáveis.
“O Brasil tem um grande potencial nessa área hidroviária. Hoje, nós temos 18 mil quilômetros de hidrovias, podendo chegar a 42 mil quilômetros. Isso vai ajudar no escoamento da produção, na redução de custos de produção, vai se ter um olhar para a mobilidade da região desde a rodovia. Essas hidrovias são fundamentais, estamos falando de investimentos na ordem de mais de R$ 4 bilhões que vão ajudar na logística brasileira e no escoamento da produção do país”, disse ele.
Aéreas
O ministro aproveitou a oportunidade e falou sobre o socorro às empresas aéreas. Ele afirmou que nos últimos 20 dias tem dialogado com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa, além do presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, para lançar, em breve, o pacote para socorrer as empresas de aviação — o pacote deve ficar entre R$ 4 bilhões e R$ 6 bilhões.
A ideia é criar um fundo através do BNDES para fazer os empréstimos, que poderão ser usados para pagar dívidas, fazer investimentos e comprar novas aeronaves.
“O apoio nessa agenda de crédito para as companhias aéreas é importante. E é fundamental registrar que, no governo anterior, enquanto os Estados Unidos aportaram R$ 50 bilhões entre crédito e tesouro de dólares, a Alemanha (aportou) R$ 12 bilhões, a França R$ 20 bilhões, nada foi feito no governo passado em apoio às companhias aéreas. Nós estamos falando de utilidade pública e a aviação brasileira é fundamental para o país”, disse ele.
Segundo ele, a ideia é que as empresas aéreas se estruturem nos próximos cinco anos para alavancar o setor. “No ano passado, tivemos um crescimento de 15% no número de pessoas viajando pelo Brasil e a gente espera que mais ainda possam viajar no país”.