Hidrovia usa inteligência artificial para melhorar eficiência e segurança

Sistema vem sendo utilizado para identificar condições climáticas para determinar o nível de calado dos navios

A hidrovia Paraguai-Paraná passou a ter o uso de inteligência artificial (IA) para identificar fatores como chuva, vazão do rio e condições climáticas para determinar o nível do calado, a fim de melhorar a eficiência operacional e a segurança na navegação.

O Projeto Irupé é um sistema de previsão dos níveis da hidrovia, criado pela Hidrovias do Brasil, que opera no local. A IA realiza análises prévias das condições climáticas, garantindo a otimização da navegação. O sistema foi desenvolvido para enfrentar os desafios que a seca histórica na região impôs aos navegadores há dois anos. 

A hidrovia começa no município de Cáceres, no Mato Grosso, e atravessa 4.122 quilômetros até Nueva Palmira, no Uruguai. É uma via fluvial que percorre cinco países: Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai, passando pelas cidades de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e Assunção, capital do Paraguai.

Utilizando Machine Learning e Analytics, a ferramenta analisa fatores como chuva, vazão do rio, condições climáticas, e os efeitos do La Niña e El Niño. Essa análise determina uma previsão para o nível do calado em pontos estratégicos para a navegação.

Essas informações são cruciais para a operação na hidrovia Paraguai-Paraná, que possui um dos trechos mais extensos e importantes da navegação interior internacional, percorrendo quase metade da América do Sul, sendo 1.720 km apenas em terras brasileiras.

Isso torna a rota uma via crucial para o escoamento das commodities agrícolas produzidas nacionalmente, bem como para parte do minério de ferro brasileiro. Em outras palavras, a previsão do nível do rio ao longo do trajeto é fundamental para o planejamento adequado das operações e a mitigação de potenciais riscos.

“O Projeto Irupé simboliza nossa busca incessante por excelência operacional e aprimoramento contínuo. Ao alavancar a Inteligência Artificial para analisar fatores climáticos, estamos transformando a forma como abordamos as condições fluviais imprevisíveis. Estamos moldando não apenas o nosso presente, mas também o futuro da logística hidroviária”, afirma a diretora executiva de Engenharia, Tecnologia e Inovação, CTO da Hidrovias do Brasil, Mariana Yoshioka.