O acidente ocorreu na madrugada da última terça-feira (26) e fez oito vítimas: duas resgatadas (uma em estado grave que segue internada) e outras seis estão desaparecidas. Foto: Reuters
Internacional
Investigação vai apurar uso de combustível “sujo” em navio
Mergulhadores recuperaram a caixa-preta da embarcação que derrubou ponte
O Conselho Nacional de Segurança dos Transportes dos EUA (NTSB, na sigla em inglês) vai investigar se houve uso de combustível impróprio no navio que sofreu uma perda de energia e acabou batendo e derrubando uma ponte em Baltimore, nos Estados Unidos.
O acidente ocorreu na madrugada da última terça-feira (26) e fez oito vítimas: duas resgatadas (uma em estado grave que segue internada) e outras seis estão desaparecidas.
Nesta quarta-feira (27), mergulhadores recuperaram a caixa-preta da embarcação e as informações contidas no equipamento vão auxiliar as investigações.
Segundo o canal de televisão americano Fox News, um dos tripulantes do navio disse que um dos motores “tossiu” e parou em seguida. Logo após, um cheiro de combustível queimado teria invadido a sala de máquinas.
A equipe do canal também entrevistou o arquiteto naval Fotis Pagoualtos e, de acordo com ele, o combustível sujo é uma das causas apontadas para a queda de energia em embarcações e perda de propulsão. E mesmo que os geradores sejam acionados, podem não conseguir realizar todas as funções necessárias para manter o controle da navegação.
Os Bombeiros disseram ainda que havia muito óleo diesel na água, mas não se sabe quanto combustível vazou e nem se houve dano significativo relacionado à poluição.
Vítimas
As seis pessoas desaparecidas eram funcionários que faziam manutenção na ponte no momento do acidente. A Guarda Costeira dos EUA disse nesta quarta-feira que eles já são considerados mortos devido ao tempo de exposição na água gelada – em torno de 9Cº, o que causa morte por hipotermia em poucos minutos.
As equipes agora trabalham na possibilidade de recuperação dos corpos.
Porto
A Autoridade Portuária do Porto de Baltimore mantém o tráfego de embarcações suspenso e não há prazo para a retomada das operações.
As equipes ainda estudam como fazer a remoção dos destroços da ponte, mas especialistas que falaram à imprensa local acreditam que isso pode levar meses – o que geraria grande impacto à economia da região.
O Porto de Baltimore é o nono maior dos EUA em movimentação de cargas e emprega diretamente mais de 15 mil pessoas e 140 mil de forma indireta.
O presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu esforços e recursos em todas as ações necessárias para a retomada do porto, inclusive citou que a reconstrução da ponte será feita “o mais rápido possível”.
No jornal americano The Washington Post, especialistas entrevistados acreditam que a obra para reconstruir a ponte Francis Scott Key pode “demorar anos” e custar “milhões de dólares”.
A estrutura foi erguida na década de 70 e demorou cinco anos para ficar pronta.