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A expectativa é de que a nova fábrica deve estimular a economia local e gere ao menos 500 empregos diretos e indiretos (crédito: Divulgação/Unigel)

Região Nordeste

Bahia vai receber primeira fábrica de hidrogênio verde do Brasil

28 de julho de 2022 às 15:45
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Empreendimento será construído no Polo Industrial de Camaçari, com um investimento de US$ 120 milhões

A Unigel, uma das maiores empresas químicas da América Latina e maior fabricante de fertilizantes nitrogenados do País, realizou na última terça-feira um evento de lançamento da pedra fundamental que dará início à construção da primeira fábrica de hidrogênio verde do Brasil. Com investimento inicial de US$ 120 milhões (R$ 650 milhões na cotação atual), a fábrica deve entrar em operação até o final de 2023, no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia. Segundo a empresa, o empreendimento será um dos maiores do mundo. 

Para o projeto, a Unigel contará com os equipamentos e a tecnologia da companhia alemã Thyssenkrupp Nucera, líder mundial em eletrólise de alta eficiência.

Na primeira fase a fábrica terá capacidade de produção de 10 mil toneladas/ano de hidrogênio verde e de 60 mil toneladas/ano de amônia verde. Na segunda etapa do projeto, prevista para entrar em operação até 2025, a companhia deve quadruplicar a produção de hidrogênio e amônia verdes.

Para o pontapé inicial, a companhia já adquiriu três eletrolisadores da Thyssenkrupp, com potência total de 60 mw de energia. 

“Ficamos muitos orgulhosos e honrados por firmar essa nova parceria e compartilhar a experiência e a capacidade de fornecimento inigualável que adquirimos ao longo de seis décadas desenvolvendo nossa tecnologia de eletrólise”, diz Paulo Alvarenga, CEO da Thyssenkrupp para a América do Sul.

“Ao longo de nossos quase 60 anos de história, desenvolvemos tecnologias e investimos para atender às demandas industriais e do agronegócio. Com este projeto, a Unigel dá mais um importante passo rumo à descarbonização de diversos setores, contribuindo substancialmente para combater as mudanças climáticas do planeta”, afirma Henri Slezynger, fundador e presidente do Conselho de Administração da Unigel.

A fabricação de hidrogênio e amônia verdes já é um desdobramento de outras ações que a Unigel tem feito, como a parceria para produção de energia eólica, em valor superior a R$ 1 bilhão, com a Casa dos Ventos, uma das maiores empresas de geração de energia a partir de fontes renováveis do País. 

“A Unigel está focada em investimentos que permitam a descarbonização de suas operações e também contribuindo com soluções para a indústria”, declara Roberto Noronha Santos, CEO da empresa.

A expectativa é de que a nova fábrica deve estimular a economia local e gere ao menos 500 empregos diretos e indiretos.

Aplicações

Entre as aplicações dos produtos estão o uso do hidrogênio como matéria-prima na siderurgia e no refino de petróleo, e também como combustível para veículos diversos, além do uso da amônia por navios graneleiros e porta-contêineres, substituindo combustíveis fósseis. Já a amônia verde pode ser a matéria-prima na fabricação de fertilizantes e acrílicos. 

“Dado o potencial do Brasil na geração de energia eólica e solar, a Unigel acredita que o País tem uma grande oportunidade de ser referência para o mundo no hidrogênio verde, solução que traz versatilidade ao transformar energia renovável em matérias-primas e combustíveis carbono zero”, diz Noronha.

Além de utilizar amônia como matéria-prima, a Unigel tornou-se produtora deste insumo no ano passado, após inaugurar duas fábricas de fertilizantes que deram origem à Unigel Agro. Além disso, a empresa opera um dos dois únicos terminais de amônia do Brasil, localizado no Porto de Aratu, também na Bahia.

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