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Segundo pesquisa da NTC & Logística, 14.400 casos de roubo de cargas foram registrados no ano passado no País, um aumento de 1,7% em comparação ao ano anterior (14.150) (crédito: Divulgação/NTC & Logística)

Região Sudeste

Transportadores querem maior rigor contra receptação de cargas

Atualizado em: 1 de agosto de 2022 às 12:06
Bárbara Farias Enviar e-mail para o Autor

Setor afirma que combate deve ser mais efetivo. Em 2021, o Brasil registrou, em média, 39 roubos por dia 

O Brasil registrou, em média, 39 roubos de carga por dia em 2021, um aumento de 1,7% em comparação às ocorrências do ano anterior. Além do risco à vida de motoristas, o prejuízo às transportadoras é calculado em R$ 1.270 milhões. Tornar a legislação de combate à receptação mais rígida é uma forma efetiva de combater o crime, afirmam entidades do setor. 

Segundo pesquisa divulgada pela Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), em abril passado, 14.400 casos de roubo de cargas foram registrados no ano passado no País, um aumento de 1,7% em comparação ao ano anterior (14.150). 

Conforme o levantamento, o Sudeste registrou a maioria dos casos, com 82% das ocorrências, seguido do Sul (6,82%), do Nordeste (5,44%), do Centro-Oeste (3,66%) e do Norte (1,42%), somando um prejuízo calculado em aproximadamente R$ 1.270 bilhões.

No Espírito Santo, segundo dados da Delegacia de Roubo de Cargas do Estado, somente neste ano, até o dia 22 de junho, 17 ocorrências foram registradas. Em 2021, houve 30 roubos, cinco a mais do que os notificados no ano anterior (25). 

O superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado do Espírito Santo (Transcares), Mário Natali, afirmou que é preciso endurecer a legislação de combate à receptação de cargas. “O Governo Federal deveria aumentar a severidade das penas em relação ao crime de receptação de cargas roubadas. Isso é fundamental”, disse. 

“Em nível administrativo, é preciso instituir uma lei para criar obstáculos, segregar a inscrição fiscal, empresas que, eventualmente, participem disso. Só existe o roubo de carga porque existe a receptação”, salientou. 

Natali destacou que as empresas também têm que investir mais em tecnologia embarcada e gerenciamento de risco. E acrescentou que o poder público precisa olhar com mais atenção a questão do roubo de cargas, cuja incidência é crescente.

“O roubo de cargas está aumentando com muita frequência. Muitas vezes, a carga é roubada de dentro de um Centro de Distribuição, ou seja, de dentro de uma garagem da empresa transportadora, antes de se completar o processo logístico, do embarcador até o destinatário final”, disse Natali. “Acredito que a união entre o ente público e o setor privado nos leva a uma posição mais positiva e mais consolidada de prevenção e combate ao roubo de carga”.

Para coibir as ocorrências no estado de São Paulo, o presidente do conselho superior e de administração do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), Adriano Depentor, disse que “o combate ao roubo de cargas é uma bandeira permanente do SETCESP, que atua junto ao poder público para que haja maior ostensividade nas fiscalizações, nas abordagens e no policiamento das áreas de maior risco. Além disso, reforçamos sempre que a Lei Complementar 121/2006, contra receptação, seja aplicada com tolerância zero, não dando margem para a revenda de mercadorias roubadas, e diminuindo a impunidade deste tipo de roubo”. 

Depentor afirmou ainda que o sindicato atua junto às empresas orientando sobre cuidados e alertando sobre áreas de risco. “Orientamos as empresas sobre quais são as áreas de risco e, sobretudo, quais cuidados devem ser tomados no dia a dia de trabalho em relação à carga transportada e a segurança do condutor em todos os momentos da operação. Também disponibilizamos treinamentos sobre gerenciamento de risco e orientações com os procedimentos operacionais que devem ser tomados junto aos embarcadores”, explicou.

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