Especialista aponta atraso do planeta em questões ambientais, sociais e econômicas

Assunto foi debatido durante a primeira edição do Sustenta Export, dentro da programação do Santos Export

“O mundo está atrasado em questões de clima e também nas questões sociais e de desenvolvimento econômico”. A frase é da gerente de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da Santos Brasil, Béatrice de Toledo Dupuy. Ela deu essa declaração durante um dos painéis do Sustenta Export – fórum nacional de Transição Energética no setor de Infraestrutura. A primeira edição do evento fez parte da programação do Santos Export – fórum regional de Logística, Infraestrutura e Transportes, realizado nos últimos dias 22 e 23, em Santos (SP).

O painel teve como tema “O futuro da sustentabilidade no setor de infraestrutura”. Segundo Béatrice, o desenvolvimento precisa andar de mãos dadas às questões sustentáveis. “Entre os aspectos, é fundamental ter um olhar para a empregabilidade e a capacitação das pessoas”, disse. 

Ela citou o programa Formare, desenvolvido pela Santos Brasil, que desde 2009 promove a educação de jovens profissionais no setor portuário. Dos 300 formados ao longo desses anos, metade está empregado na própria companhia.

Do total de jovens formados, 90% conseguiram emprego, segundo Béatrice. “São jovens em condições de vulnerabilidade que precisam ser notados. A estratégia de sustentabilidade também passa pela inclusão e pela contratação de mão de obra local”, afirma.

O programa é voltado para quem possui de 17 a 19 anos, que estejam cursando o terceiro ano do ensino médio e que tenham disponibilidade para trabalhar durante um período do dia. A regra é que sua renda familiar seja de um salário mínimo por pessoa. É preciso passar por processo seletivo que inclui uma prova de português e matemática.

Em 2024, a Santos Brasil vai apoiar 48 iniciativas por meio das leis de incentivo, que impactam cerca de 60 mil pessoas vivendo próximas às suas áreas de atuação. Serão investidos cerca de R$ 4 milhões durante este ano.

Segundo o presidente do Conselho ESG do Brasil Export, João Amaral, o modelo de economia adotado nos últimos 200 anos, com uma população caminhando para 8 bilhões em todo mundo no ano de 2050, não vai se sustentar se não houver uma mudança de uma economia linear para uma economia circular.

“Temos que pensar não mais em descarte, mas sim em reinserção. Infelizmente, a economia circular ainda é minoritária no mundo e os números têm mostrado que perdemos espaço nos últimos anos e isso é alarmante”, afirmou.