Expectativa da empresa é iniciar a instalação do novo terminal ainda neste mês de maio e iniciar as operações em julho de 2026 (Foto: Divulgação/APM Terminals)
Região Nordeste
APM vive expectativa por novo terminal em Suape
Terminal de Pecém, no Ceará, e o futuro empreendimento serão complementares, segundo executivos
A APM Terminals, subsidiária do grupo dinamarquês A.P. Moller – Maersk, vive a expectativa para o início das operações de seu novo terminal a ser instalado no complexo Industrial de Suape, em Pernambuco. Considerado como o maior investimento portuário da companhia na América Latina, o futuro terminal servirá como um grande propulsor do desenvolvimento econômico da região Nordeste.
O BE News conversou com o diretor-presidente da APM Terminals Suape, Aristides Júnior, e com o diretor-presidente da APM Terminals Pecém, no Ceará, Daniel Rose, durante a realização da Feira Intermodal South America 2024, realizada em março, em São Paulo. Os executivos explicaram que os dois terminais vão ser complementares e vão dar melhores opções para os armadores.
O mês de maio é considerado de grande importância para a implantação do futuro terminal, uma vez que terá início a construção da infraestrutura do ativo após a fase de demolição dos prédios existentes da área.
De acordo com Aristides, a implantação do terminal de contêineres da APM em Suape terá ao todo três fases.
“Vamos começar a primeira fase com 430 metros de berço, a princípio para atender o volume da companhia, algo em torno de mais ou menos 400 mil TEUs. E a partir daí, vamos entender como vai ser a resposta do mercado. Dependendo de como for essa resposta, vamos dar gatilho na segunda fase, onde estamos falando de 700 metros de berço, dois berços operacionais, operando 700 mil TEUs em carga”, explicou.
A terceira e última fase, segundo o presidente do APM Suape, tem a ver com a projeção de ganho de capacidade, onde existe a possibilidade de expansão do terminal, chegando a movimentação de 1,8 milhão de TEUs em cargas. “É um planejamento estratégico, que depende, claro, de uma série de sucessos nesta caminhada. Expectativa de R$ 2,6 bilhões em investimentos”, explicou.
De acordo com o executivo, a previsão é de que o terminal inicie suas operações em julho de 2026. Dadas as políticas de ESG e de sustentabilidade, o futuro empreendimento será 100% eletrificado entre o maquinário e equipamentos operacionais.
“É um diferencial, alinhado à estratégia da companhia de ser carbono zero em 2040. Já temos um objetivo em 2030 de reduzir em 70%. É possível e estamos caminhando para isso”.
O APM Terminals Suape possibilitará mais conexões com os principais portos do mundo. De acordo com Aristides, o terminal terá a oportunidade de criar conectividade de longo curso, como por exemplo trazer volume de cargas de lugares como a Ásia, além de conectar outros locais como os Estados Unidos e países da América Central.
Terminais complementares
Também no Nordeste, a APM já tem um importante ativo localizado no Porto do Pecém, no Ceará. O diretor-presidente do terminal, Daniel Rose, analisou que o futuro empreendimento da Companhia terá o papel de aumentar o desenvolvimento da região Nordeste, além de oferecer mais opções para exportadores e importadores.
“O Nordeste é muito maior que um só terminal. Na nossa visão, é preciso ampliar a infraestrutura da região, porque vamos ver que há potencial para crescimento. O importante é criar essas conexões para o mundo e para as regiões do Brasil. Os armadores vão ver onde faz mais sentido para eles realizar operações. Poderão ter linhas da Europa que vão para Suape, outras linhas enxergam Pecém como melhor opção. Estamos tentando criar essas opções e oportunidades para o crescimento do Nordeste”, disse Rose.
Segundo o presidente da APM Pecém, o volume de cargas para a região faz com que os dois terminais se apresentem como fundamentais para a operação de produtos.
“Muitas pessoas questionam essa rivalidade entre os terminais. Não é uma questão de ou Suape ou Pecém. Os dois juntos é que vão criar as oportunidades. Os dois tem calado, tem boa infraestrutura, equipamentos modernos. Estamos prontos para o futuro”, finalizou.
“Pecém é um terminal de 22 anos e cresce de ano a ano. Suape vai crescer e ter seu próprio mercado. Enxergamos a macroeconomia da região. Pecém vai continuar focando em cabotagem, porque é um porto estratégico para isso. Suape vai ter foco em longo curso. Então, eles vão se complementar”, completou Aristides.