O Sandbox Regulatório, via sistema chamado High Speed Weigh-in-Motion – HS-WIM, é um tipo de fiscalização e controle de peso de veículos em movimento, ou seja, sem a necessidade que eles parem em balanças ou diminuam a velocidade (Foto: Divulgação/Ecorodovias)
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Pesagem livre aumentou n° de veículos fiscalizados e diminuiu evasão
Tecnologia está sendo aplicada em duas rodovias, nos Estados de Minas Gerais e Goiás, desde janeiro deste ano
O uso de uma tecnologia de pesagem com fluxo livre fez o número de veículos comerciais fiscalizados aumentar quase 20 vezes no km 640 sentido oeste da BR 365, em Uberlândia (MG), de janeiro a junho desse ano, de acordo com dados preliminares da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Os dados foram apresentados durante o workshop Sandbox Regulatório de Pesagem em Velocidade da Via, promovido pela ANTT nesta quarta-feira (8). O evento é transmitido pela TV BE News. Participaram do painel o diretor da ANTT, Guilherme Theo Sampaio, a gerente de regulação do Transporte Rodoviário e Multimodal da ANTT, Claude Araújo, o gerente de operações da Ecovias Cerrado, Bruno Araújo, o analista de estratégia e inteligência da Ecovias Cerraso, Roberto Bezerra, e o gerente de engenharia do grupo Ecorodovias, Guilherme Sampaio.
O Sandbox Regulatório, via sistema chamado High Speed Weigh-in-Motion – HS-WIM, é um tipo de fiscalização e controle de peso de veículos em movimento, ou seja, sem a necessidade que eles parem em balanças ou diminuam a velocidade, o que otimiza o transporte e a mobilidade.
De acordo com os dados obtidos entre janeiro e abril deste ano, o número de veículos comerciais fiscalizados no KM 640 da BR 365, sentido oeste, em Uberlândia (MG), foi de 54 mil contra apenas 3 mil do sistema tradicional no mesmo período deste ano.
No total, foram fiscalizados 920 mil veículos, entre pesados e comerciais. A velocidade média na pesagem foi de 66 km/h, sendo a velocidade média na via de 81 km/h e o tempo médio para pesagem de 1,2 segundos. A média de pesagem diária foi de 2,2 mil veículos. “Demonstra, assim, a fluidez de tráfego e a segurança viária”, comentou Bruno Araújo.
Dentre os veículos comerciais, 21% estava com sobrepeso. O total de toneladas sobrecarregadas foi de 281 mil no período, segundo os dados apresentados no painel. “Houve casos em que o motorista deveria estar com 70 toneladas e ele estava com 110, ou seja, este sobrepeso foi percebido e ignorado”, explicou Roberto Bezerra.
O analista de inteligência explicou que um dos desafios da pesagem de fluxo livre é ajudar a combater a evasão. O maior problema é na evasão pelo acostamento e, segundo ele, o problema naquele trecho foi solucionado com bloqueios. O número de veículos que faziam evasão caiu de 9% para 0.
Em relação ao posto tradicional de pesagem, há 36% menos evasões no sistema de fluxo livre do HS-WIM.
Além destes dados, Roberto Bezerra pontuou que a repesagem significou menos emissão de gás CO2, poluente, no período analisado com o uso do HS-WIM. Foram emitidos 20,4% menos kg de CO2 por veículo.
Os próximos passos para que o sistema comece a ser replicado passam por regulamentação. Segundo Claude Araújo, há um caminho dentro da ANTT, além de órgãos de fiscalização, como o INMETRO, que acompanhou essa fase de testes e aprovou o projeto implantado nas duas estradas. A intenção da ANTT é continuar os testes e avançar com o sistema, que, segundo o órgão, é mais eficiente e seguro a todos.