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Na quarta-feira, Lula e uma comitiva de Brasília esteve em São Leopoldo, um dos municípios mais atingidos pelas enchentes desde o início do mês (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Nacional

No RS, Lula anuncia benefícios e pede agilidade a prefeitos

Atualizado em: 16 de maio de 2024 às 4:42
Marília Sena Enviar e-mail para o Autor

Durante a passagem da comitiva pelo estado, ministro dos Transportes também libera rodovia

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), esteve em São Leopoldo (RS) na quarta-feira, 15, para anunciar novas medidas para o estado. Entre elas, estão o pagamento do “Auxílio Reconstrução”, um benefício no valor de R$ 5.100 para 200 mil famílias atingidas pela crise climática no estado.

O Governo também anunciou a compra de casas no modelo do Minha Casa Minha Vida para as famílias que perderam as moradias nas enchentes. O saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) antecipado no valor de R$ 6.220,00 também foi anunciado por Lula.

Além disso, o presidente visitou abrigos e oficializou a indicação de Paulo Pimenta como “ministro da Reconstrução”. Pimenta vai assumir o posto por seis meses e será um representante do Governo Federal no Rio Grande do Sul enquanto permanecer o estado de calamidade pública.

Lula também pediu agilidade aos prefeitos das cidades gaúchas, pois é necessário dar uma resposta à população.

“Um apelo aos companheiros prefeitos. Pelo amor de Deus, a agilidade de vocês, de apresentar as propostas e projetos, é que vai mostrar, pra gente, se a Caixa Econômica está morosa ou não, se tem burocracia ou não”, declarou o presidente.

“Se for a burocracia, nós temos que desmontar essa burocracia. Não é possível. Muitas vezes, o tempo de pensar de um cidadão que está com a responsabilidade de liberar um recurso, porque ele é um funcionário estatutário. Não é o mesmo tempo do cara que está precisando do dinheiro”, concluiu.

A população do Rio Grande do Sul enfrenta a maior catástrofe climática de sua história desde o dia 29 de abril, com chuvas e enchentes que resultaram na morte de 149 pessoas e deixaram mais de 800 mil desabrigadas.

Lula destacou que, se a resposta do poder público não for rápida, as instituições podem perder credibilidade, abrindo caminho para a desestabilização política.

“As coisas têm que funcionar, porque senão a gente perde credibilidade, as pessoas passam a desacreditar nas instituições, na democracia, nos governantes. E o que vai acontecer? Uma anarquia. Ninguém acredita em ninguém, cada um faz o que bem entende até que o mundo se mate”, afirmou.

Durante a visita, o presidente esteve em um abrigo em São Leopoldo e conversou com famílias que precisaram deixar suas casas.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, fez parte da comitiva do presidente Lula no Rio Grande do Sul. Ele elogiou o trabalho conjunto dos governos federal e estadual.

“Eu não sou da política, sou do Direito. Mas é muito importante ressaltar nesse momento a presença do presidente da República e do governador do estado, disse Barroso, fazendo referência a Eduardo Leite (PSDB), que também estava presente. “Acho que isso representa uma elevação de patamar civilizatório, que é a não politização de uma crise humanitária”, completou o magistrado.

O governador gaúcho reforçou em seu discurso que as diferenças políticas devem ser deixadas de lado neste momento. “Não poderá haver diferença ideológica para superar o momento de união que deve ser atender as pessoas que mais precisam. As pessoas que precisam de casa, de abrigo, de atenção. Vamos estar junto delas”, reforçou Eduardo Leite.

Tráfego liberado

Alguns ministros também acompanharam o presidente, como Rui Costa, da Casa Civil, e Renan Filho, dos Transportes

Renan anunciou a liberação do tráfego na BR-153. “Fizemos a liberação da rodovia que dá acesso a Cachoeira do Sul e da ponte do Fandango, que estava fechada há um bom tempo”, afirmou o ministro.

O fluxo foi restabelecido para caminhões e carros de passeio, permitindo, novamente, a conexão por via terrestre entre Cachoeira do Sul, a capital Porto Alegre e outras cidades gaúchas.

Segundo o Ministério dos Transportes, a cidade tem cerca de 80 mil habitantes e era a última do estado isolada por bloqueios em uma rodovia federal, decorrentes das chuvas.

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