O Parque do Porto incluirá espaços destinados a atividades culturais e esportivas, áreas de convivência, ciclovias e será conectado a um novo píer para navios de turismo (Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio de Janeiro)
Região Sudeste
Sindicato classifica projeto do Parque do Porto como “irreal”
Presidente da entidade, Sérgio Giannetto afirmou que prefeitura precisa ter cautela com o projeto, que pode prejudicar operações portuárias na Cidade
O presidente do Sindicato dos Portuários do Rio de Janeiro, Sérgio Giannetto, classificou como “irreal” o projeto divulgado pela Prefeitura da Cidade para a construção do Parque do Porto.
A ideia é criar uma nova orla de convívio público, lazer, cultura e eventos para o Rio, abrindo ao uso da população a frente marítima da Zona Portuária. Com construção prevista para acontecer em duas etapas, o projeto inclui um novo píer para embarque e desembarque de navios de cruzeiro. A proposta integral prevê o trecho da orla que se estende das imediações do Píer Mauá até a frente do Armazém 18.
“Esse projeto vai acabar com qualquer operação do porto até o Armazém 18. Eu respeito o Prefeito Eduardo Paes e acredito que ele tem boas ideias, mas este projeto pegou os empresários de surpresa e quero crer que ele esteja mal informado sobre isso”, explicou Giannetto, que afirmou não ter sido procurado ainda pelo chefe do executivo para tratar do projeto.
De acordo com a Prefeitura, o projeto está sendo negociado com o governo federal para cessão de áreas da União e adequação das atividades portuárias.
Conforme um vídeo divulgado pelo prefeito em suas redes sociais, o Parque do Porto incluirá espaços destinados a atividades culturais e esportivas, áreas de convivência, ciclovias e será conectado a um novo píer para navios de turismo.
No entanto, ainda não foram divulgadas estimativas de investimento, a origem dos recursos, nem a previsão de início das obras. O terreno, pertencente à União, necessitará de um acordo com o governo federal para viabilizar o projeto.
Reformas
A revitalização da área portuária começou em 2009 com a implementação da Lei Municipal 101, que instituiu a operação urbana consorciada conhecida como Projeto Porto Maravilha. Este projeto tem como objetivo realizar intervenções estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental em parceria com a iniciativa privada e os usuários locais. Entre as obras já realizadas destacam-se a demolição do elevado da Perimetral e a reforma da Praça Mauá, que agora abriga o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (MAR).
Um dos objetivos centrais do Projeto Porto Maravilha é a ocupação habitacional, com vários edifícios residenciais sendo construídos nos últimos anos. Durante as escavações para as obras, foram descobertos vestígios do Cais do Valongo, o principal porto de desembarque de africanos escravizados nas Américas durante os séculos 18 e 19. Este sítio arqueológico foi transformado em um monumento histórico aberto ao público e, em 2017, foi reconhecido como patrimônio cultural mundial pela Unesco.
Em nota encaminhada ao BE News, a Prefeitura do Rio de Janeiro afirmou que o projeto ainda está em fase conceitual e a Administração Municipal ouvirá o sindicato, assim como diversas outras instituições, ao longo do processo. “Ainda não temos data para este encontro”, finalizou.