Costa Filho destacou a intenção de continuar investindo no desenvolvimento aeroportuário regional, mesmo após as medidas de mitigação dos efeitos causados pelas chuvas (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Nacional
Ministro defende atenção à aviação regional para impulsionar setor aéreo
Segundo Silvio Costa Filho, esse segmento contribuiu para o crescimento no número de passageiros de 2022 para 2023
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que considera investimentos na aviação regional como uma estratégia para impulsionar o crescimento do setor aéreo no Brasil.
A declaração foi dada em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação na quarta-feira, dia 22. Segundo o ministro, o setor de aviação passou de 98 milhões de passageiros em 2022 para 112 milhões de passageiros em 2023, com 15% desse crescimento concentrado sobretudo na aviação regional.
“Conseguimos ampliar em mais de 20 novas localidades só no ano passado (2023). Isso significa dizer um crescimento no número de regiões que estão começando a receber voos em todo o Brasil. Isso é ótimo para setores como o turismo de lazer e negócios, e para o agronegócio. Então a gente tem trabalhado para ter um olhar para a aviação regional”, afirmou Costa Filho.
Silvio Costa Filho mencionou que está em diálogo com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), sobre a situação da aviação no estado. O ministro destacou a intenção de continuar investindo no desenvolvimento aeroportuário regional, mesmo após as medidas de mitigação dos efeitos causados pelas fortes chuvas.
Devido à inoperabilidade do Aeroporto Internacional de Porto Alegre, o transporte aéreo está sendo realizado através dos terminais regionais e estaduais. Nesta semana, o Ministério anunciou a liberação de mais cinco voos diários para o município de Canoas, totalizando 134 voos semanais a partir de segunda-feira (27) para o estado do Rio Grande do Sul.
“Qual é o nosso dever de casa? Primeiro é a gente avançar na operação no aeroporto de Canoas, depoi retomar o aeroporto de Porto Alegre e paralelamente a gente vai fazendo um diagnóstico de outros aeroportos no estado que possam ser potencializados como mais um modal de transporte, mais um aeroporto”, detalhou o ministro de Portos e Aeroportos.
De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, a grande incidência pluviométrica afetou mais de 2,3 milhões de habitantes nos municípios gaúchos. São 581.633 pessoas desalojadas e mais de 68 mil em abrigos. O número de mortes chegou a 161, com 82 pessoas ainda desaparecidas, desde o início dos temporais e enchentes em 29 de abril.
Costa Filho explicou que ainda não há previsão para a retomada das operações no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, interditado devido a danos na infraestrutura do terminal. A Fraport, concessionária que administra o aeroporto, iniciou o diagnóstico do terminal para avaliar a situação das esteiras de bagagens, dos elevadores, do estacionamento, da parte elétrica e da iluminação, após o escoamento das águas no último domingo (19). Somente após a conclusão desse reconhecimento será possível comunicar a data de retomada das operações.
A expectativa é que o volume de água nas pistas diminua entre sexta-feira (24) e sábado (25), permitindo uma avaliação mais precisa dos danos causados pelos fortes fenômenos climáticos no empreendimento aeroportuário.
Atento ao mercado
Quando questionado sobre um possível aumento exorbitante nos preços das passagens com a retomada da malha aérea gaúcha, Silvio Costa Filho informou que designou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para monitorar o mercado. Além disso, ele destacou que têm tratado da questão com os presidentes das três companhias aéreas brasileiras, fazendo um apelo para que possam efetivamente moderar os preços das passagens no estado.
“No estado brasileiro, o Governo não pode fazer uma intervenção no preço da passagem, até porque isso é um livre mercado e a gente tem que respeitar a iniciativa privada. O que a gente tem procurado fazer é uma discussão de sensibilização para que a gente não tenha preços exorbitantes ou que não condizem com a realidade que o povo do estado já pagava lá atrás”, disse Costa Filho.