Rinaldo Lira e outros especialistas participaram do painel técnico “Conexões terrestres entre os polos de produção agropecuária e os portos marítimos” do Centro-Oeste Export. Foto: Luciano Ohya/Grupo Brasil Export
Centro-Oeste Export
“Integração do Nordeste com a malha ferroviária é urgente”, diz diretor de Suape
Rinaldo Lira participou de painel técnico que tratou de conexões terrestres, dentro da programação do Centro-Oeste Export
O diretor de Desenvolvimento e Gestão Portuária do Complexo Industrial e Portuário de Suape, Rinaldo Lira, afirmou que há “necessidade urgente de ter integração da região nordeste com o ramal ferroviário para desenvolver a região”.
A afirmação foi feita durante o painel técnico “Conexões terrestres entre os polos de produção agropecuária e os portos marítimos”, que ocorreu durante o segundo dia do Centro-Oeste Export, fórum regional de logística e transportes promovido pelo Grupo Brasil Export, no dia 17 de maio, em Goiânia (GO).
A produção do evento é da Bossa Marketing e Eventos e mídia oficial da Rede BE News. O painel teve ainda a presença do secretário de Infraestrutura de Goiás, Pedro Sales, o presidente da Federação Interestadual das Empresas de Transporte de Cargas (Fenatac), Paulo Afonso Lustosa, e o deputado federal e vice-presidente de Mobilidade Urbana da Frenlogi, Rubens Otoni (PT-GO).
Lira reafirmou a necessidade de tais conexões e apresentou números de Suape durante sua apresentação. Na conversa, ele reafirmou que havia prospecção de investimento no cais pernambucano e contou que há “discrepância entre a pujança do porto e sua capacidade de receber cargas em relação ao que efetivamente passa pelo porto pelo Centro-Oeste”.
“Nós somos o sexto maior porto público do País. Nos últimos cinco anos, movimentamos 24 milhões de toneladas, sendo 70% de granéis líquidos, 25% de cargas conteinerizadas e 5% de granéis sólidos, minerais e cereais”, afirmou.
Rinaldo Lira disse que um dos passos para esse desenvolvimento passa pela integração com a transnordestina e outros ramais ferroviários. Explicou que há um trecho de 8 quilômetros dentro do porto que poderá ser ligado a essa ferrovia.
A ferrovia Transnordestina é um projeto para interligar as zonas produtoras, os terminais intermediários e os portos da Região Nordeste. São planejados 1.206 km de extensão, cortando 53 municípios nos estados do Piauí, Ceará e Pernambuco. Segundo o Governo, a ferrovia tem potencial para reduzir os custos logísticos e impulsionar a economia nordestina.
A Geosistemas Engenharia e Planejamento, que tem sede no Recife (PE), foi a vencedora para elaborar os projetos básicos e executivos do trecho pernambucano da Ferrovia Transnordestina, que liga a cidade de Salgueiro ao Porto de Suape (520 km). Ela participou da licitação juntamente com outras oito empresas.
Segundo Lira, os planos de expansão do porto de Suape até 2035 preveem a expansão das áreas de maneira integrada, já pensando nas ligações ferroviárias. “O porto está à disposição. Temos capacidade de giro de canal, tempo médio de 15 horas para atendimento dos navios. Nossa busca por mais investimentos passa por receber cargas novas”, contou.
Investimentos
Neste mês de maio, o Complexo Industrial Portuário de Suape concluiu a terceira e penúltima etapa das obras de recuperação do molhe de pedras, que serve de barreira de proteção para os berços de atracação do cais pernambucano. A intervenção englobou a restauração e o reforço do paredão, com extensão total de cerca de 2,5 quilômetros. A intervenção faz parte de um pacote de obras para ampliar a segurança e a infraestrutura portuária, com investimento de mais de R$ 600 milhões, incluindo serviços de dragagem, modernização da iluminação, troca de defensas, entre outros.
A última fase dos trabalhos no molhe, que tem custo de R$ 123 milhões, já teve o processo licitatório concluído e os serviços começarão em julho deste ano, com prazo de conclusão previsto para 2028. A obra é uma intervenção na barreira de proteção do porto contra a força das marés altas, permitindo que as operações sejam realizadas com menor interferência de correntes marítimas e ondas. A terceira etapa, que teve custo de R$ 68,1 milhões, contemplou trecho de 1,6 quilômetro, com a colocação de blocos de pedras que variaram de 300 quilos a 12 toneladas, totalizando o volume de 78 mil m³.