Com foco em tragédia no RS, Governo se prepara para estiagem no Norte, diz secretário

Segundo Dino Batista, pasta está atenta para a possibilidade de problemas logísticos na região

O secretário Nacional de Hidrovias e Navegação, Dino Batista, afirmou que o Governo Federal, em especial o Ministério de Portos e Aeroportos, está totalmente empenhado na recuperação da infraestrutura do setor no Rio Grande do Sul devido à tragédia climática que atinge o estado gaúcho desde o início do mês de maio. Segundo Batista, a atenção está focada para o estado, mas o Governo também se prepara para outros eventos climáticos, principalmente no Norte para evitar a seca dos rios.

A tragédia climática no Rio Grande do Sul foi causada pelos fortes temporais do final de abril e início de maio, além das enchentes provocadas pelo nível de lagos e rios. Serviços de infraestrutura e logística, como rodovias, portos e o principal aeroporto do estado foram diretamente afetados e muitos deles não estão operando.

O secretário declarou que o Governo não está medindo esforços, principalmente para o período no qual classificou como “pós-água” e que toda atenção do momento é para o Rio Grande do Sul.

“Já fazem semanas que dentro do Ministério a gente respira o Rio Grande do Sul e não pode ser diferente. Daqui 15 dias, provavelmente, a gente já vai ter condições de mensurar melhor os impactos, quais serão as atividades necessárias para recuperar o estado. Nós estamos nos preparando para dar apoio necessário aos terminais fluviais, aos estaleiros, aos próprios armadores. Nós vamos dar esse apoio, se não a navegação interior do Rio Grande do Sul vai morrer e ninguém quer que isso aconteça. Estamos com foco total no estado”, pontuou Dino.

Na sua palestra de encerramento do fórum Centro-Oeste Export, o secretário afirmou que a situação de momento do estado gaúcho exige que as ações do Governo Federal, para cada setor, sejam priorizadas.

Região Norte

Dentro da atuação na recém-criada Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação, Batista afirmou que a pasta está ciente para possíveis ocorrências climáticas que possam ocorrer na região Norte do país, afetando principalmente a navegação local com a seca dos rios.

No ano passado, as principais vias navegáveis da região Amazônica sofreram com a estiagem, o que prejudicou a movimentação de cargas entre exportação e importação de diversos terminais da região. Por conta disso, o Governo Federal, através do Ministério de Portos e dos Transportes, teve de anunciar medidas de emergência para mitigar os impactos que foram muito sentidos em 2023.

O secretário destacou a atenção para a região Norte, onde problemas logísticos podem vir a acontecer.

“É importante chamar a atenção para o problema das mudanças climáticas. No Rio Grande do Sul já temos um desastre logístico, mas também temos um desastre que pode acontecer no Norte do país. A estiagem que estamos vendo no Rio Paraguai, a dificuldade prevista no Rio Madeira e também na navegação do Amazonas, que é o nosso maior rio. A gente está trabalhando com a necessidade do governo fazer as obras necessárias para garantir a navegação nesses trechos”, classificou.

Dada as previsões climáticas para a região, a estiagem pode ser a mesma que aconteceu no ano passado.

“Os trechos dos rios da região estão sendo trabalhados de maneira prioritária pelo Governo Federal para que a gente possa continuar com a navegação, mesmo a gente tendo uma estiagem igual ao ano passado. Esperamos que esse trabalho dê os resultados que a gente espera”, disse.

Concessões

Em sua participação no fórum, Batista afirmou que a pauta das concessões hidroviárias será o carro-chefe da Secretaria.

“As concessões hidroviárias certamente será nosso carro chefe. Esperamos que certamente no começo de junho tenhamos a abertura da consulta pública da nossa primeira concessão, no Rio Madeira. Existem players contrários aos projetos ou entendem que terão interesses não atendidos ou ainda não conheçam os projetos, e nosso papel é de fazer com que conheçam. Pretendemos colocar esse projeto em consulta, disponibilizar informações e iniciar o processo de comunicação social com a publicação desse estudo”.

Junto com a hidrovia do Rio Madeira, Batista afirmou que outros projetos de concessões estão com estudos avançados, sendo eles: Rio Paraguai, Barra Norte e a Lagoa Mirim.