Durante a visita à fábrica, Lula também destacou que nenhum país consegue competir com o Brasil em termos de políticas voltadas para combustíveis renováveis e energia limpa. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Nacional
Energia verde produzida terá mercado interno como prioridade, diz Lula
Presidente participou da inauguração da Planta de Etanol de 2ª Geração no Bioparque Bonfim, no interior de SP
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na sexta-feira, dia 24, da inauguração da Planta de Etanol de 2ª Geração no Bioparque Bonfim, localizado em Guariba, no interior de São Paulo. Ele afirmou que a energia verde produzida no país será destinada prioritariamente ao mercado interno, com o objetivo de gerar empregos, renda e riqueza para a população.
“Se quiserem, que venham utilizar energia verde aqui, trazendo emprego e desenvolvimento para cá. Que venham produzir as máquinas deles aqui. Não adianta querer produzir aço verde na China ou na Alemanha. Venham produzir aqui”, disse o presidente.
O evento também contou com a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que endossou a declaração de Lula.
“O etanol traz desenvolvimento à nossa indústria brasileira. Geramos emprego e renda para a nossa população. Com o parque de bioenergia Bonfim, o Brasil passa a produzir mais 82 milhões de litros de etanol de segunda geração por ano. Teremos uma pegada de carbono 80% menor que a gasolina comum brasileira e 30% menor que o etanol de primeira geração. Uma inovação tecnológica significativa no setor de bioenergia e exemplo da economia circular rentável”, declarou o ministro.
Lula também destacou que nenhum país consegue competir com o Brasil em termos de políticas voltadas para combustíveis renováveis e energia limpa.
“É preciso que o mundo compreenda que esse país não é um país pequeno. É um país grande, com boa base intelectual e pesquisadores com capacidade extraordinária de fazer qualquer coisa que outros países fazem. Mas eles têm de entender que a gente não vai ficar produzindo hidrogênio verde só para exportar para eles”, afirmou.
Administrada pela empresa Raízen, a unidade é considerada a maior do mundo, com um investimento de R$ 1,2 bilhão e potencial para produzir 82 milhões de litros de etanol por ano. O Bioparque emprega mais de 2,5 mil pessoas, sendo 230 dedicadas exclusivamente a essa planta.
O etanol de segunda geração se distingue por utilizar o bagaço resultante da produção de açúcar e etanol comum. Esse material é combinado com outros ingredientes e resíduos, como palha, permitindo aumentar a produção em até 50% sem necessidade de ampliar a área plantada. Além disso, esse processo reduz em até 30% a emissão de gases de efeito estufa.
Além do etanol de primeira e segunda geração, o bioparque produz açúcar e biogás, que alimenta geradores para fornecer energia elétrica à unidade.