O arroz importado será comercializado em embalagens específicas e ao preço de R$ 4 por quilo, garantindo que o consumidor pague, no máximo, R$ 20 pelo pacote de 5 kg (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
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Leilão para compra de arroz importado é marcado para 6 de junho
Medida faz parte das ações do Governo para reduzir o preço do produto, que sofreu um aumento de até 40% devido às enchentes no Rio Grande do Sul
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizará no dia 6 de junho o primeiro leilão para a compra de até 300 mil toneladas de arroz importado. A informação foi divulgada na quarta-feira (29) pelo presidente da entidade, Edegar Pretto.
A medida faz parte das ações do Governo Federal para reduzir o preço do produto, que sofreu um aumento de até 40% devido às enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional do cereal. Após o leilão, a entrega do produto está prevista para até 8 de setembro, conforme edital publicado hoje.
Em uma ação complementar, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) zerou, no último dia 20, as tarifas de importação para três tipos de arroz. Atualmente, grande parte das importações brasileiras de arroz vem do Mercosul, que já não está sujeita a essas taxas. Com a isenção tarifária da Camex, outros países produtores poderão competir nas mesmas condições que os fornecedores do Mercosul.
Edegar Pretto destacou que, após o primeiro leilão, o Governo avaliará a necessidade de novas rodadas de compra para manter os preços do alimento equilibrados no mercado. Uma medida provisória autoriza a aquisição de até 1 milhão de toneladas de arroz, com um orçamento de R$ 1,7 bilhão, conforme estabelecido em portaria interministerial.
“Não queremos que essa compra importada venha competir com nossa produção nacional. Estamos comprando as primeiras 300 mil toneladas. Vamos avaliar como será o comportamento do mercado. Se nós percebermos que essa medida já equilibrou os preços, o Governo vai avaliar se há necessidade ou não de fazer um novo leilão”, declarou.
O arroz importado será comercializado em embalagens específicas e ao preço de R$ 4 por quilo, garantindo que o consumidor pague, no máximo, R$ 20 pelo pacote de 5 kg. Este arroz será destinado a pequenos varejistas, mercados de vizinhança, supermercados, hipermercados, atacarejos e estabelecimentos comerciais em regiões metropolitanas, priorizando áreas com indicadores de insegurança alimentar.
De acordo com a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul, não há risco de desabastecimento no país. No entanto, os produtores alertam sobre a qualidade do arroz importado e a necessidade de manter as condições adequadas para o consumo.
“Quando eu tenho um produto importado branco, pronto para o consumo, exige um cuidado muito grande com a sanidade”, disse o presidente da Fedearroz, Alexandre Velho, em entrevista concedida à TV Brasil.
O edital do leilão especifica que o arroz importado deve apresentar cor, odor e sabor característicos do arroz beneficiado polido longo fino tipo 1, e proíbe a aquisição de arroz aromático.