Ministério de Minas e Energia inaugura primeira usina solar instalada na cobertura de prédio público federal – a própria sede do MME (José Cruz/Agência Brasil)
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Brasil precisa de R$ 249 bi a mais por ano para transição energética, diz estudo
Segundo especialista, alterar a matriz energética é uma das principais medidas para um futuro mais sustentável no País
O Brasil precisa de, ao menos, R$ 249 bilhões a mais por ano para o setor de infraestrutura sustentar uma transição energética e, para isso, alterar a matriz energética brasileira para energias limpas.
“O mais importante é alterar a matriz energética para sistemas mais limpos. O melhor seria nós procurarmos a alteração da matriz energética, sobretudo para aquela solar, que me parece hoje a mais vantajosa”, afirma o advogado especialista em infraestrutura, Rafael Marinangelo.
O levantamento foi feito pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com base em dados da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), a pedido do jornal O Globo.
De acordo com o estudo, o valor total, somados os investimentos públicos e privados, seria de R$ 462 bilhões, anualmente, nas áreas de transporte, eletricidade, telecomunicações e saneamento. Em 2023, foi investido menos da metade desse valor ao todo: 46%, R$ 213 bilhões.
No ano passado, os investimentos na área de transportes registraram o maior déficit, totalizando aproximadamente R$ 200 bilhões, enquanto o setor de eletricidade desfrutou de um superávit de R$ 4 bilhões em investimentos, excedendo suas necessidades financeiras.
Segundo Marinangelo, os valores são altos principalmente por conta da transição energética. “Se falarmos, por exemplo, de energia solar, há uma série de componentes eletrônicos bastante específicos que realmente têm um custo elevado”, diz.
Ainda de acordo com o especialista, a mudança da matriz e maiores investimentos em energia solar são um caminho a ser considerado pelo País, principalmente por conta de sua geografia.
Números
Em 2023, os investimentos públicos e privados em infraestrutura no Brasil aumentaram 20% em comparação com 2022. Para 2024, prevê-se uma nova alta semelhante.
Além disso, em 2023, o Brasil ocupou a sexta posição mundial em investimentos na transição energética, ficando atrás da China, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e França. Os investimentos públicos totalizaram US$ 34,8 bilhões, com a maior parte destinada à energia renovável.
Com um financiamento misto, os empréstimos do BNDES para infraestrutura e energia em 2023 alcançaram US$ 16 bilhões (cerca de R$ 80 bilhões). Entre os projetos recentemente apoiados, destacam-se a compra de 1.300 ônibus elétricos na cidade de São Paulo, com financiamento de R$ 2,5 bilhões do banco, e a instalação de múltiplas usinas de minigeração fotovoltaica (energia solar) pela Alsol, subsidiária da Energisa, em várias cidades de Minas Gerais, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, com investimento total de R$ 667 milhões.