GLO resulta em prejuízo de mais de R$ 112 milhões ao crime organizado

Levantamento foi divulgado pelas Forças Armadas, cuja atuação no RJ e em SP se encerrou no último dia 4

As Forças Armadas encerraram na última terça-feira, 4 de junho, sua participação nas operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos portos do Rio de Janeiro e de Santos, no litoral paulista. Com isso, tropas de fuzileiros navais retornaram aos seus postos após a não prorrogação da GLO nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Segundo relatório divulgado, contando as apreensões de drogas, cigarros contrabandeados, armas de fogo, munições e outros ativos somaram um prejuízo de mais de R$ 112 milhões ao crime organizado.

Desde o início da GLO, cerca de 1.000 militares da Força Naval foram empregados por dia no fortalecimento das ações de combate ao tráfico de drogas e de armas, em parceria com Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira, além de agências como Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Receita Federal.

Anunciada no mês de novembro, em decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a operação inicialmente seguiria até o mês de maio, mas foi prorrogada para 4 de junho. Segundo o Governo Federal, o presidente da República optou pela não renovação da GLO.

Além dos portos dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a atuação ocorreu também em aeroportos desses estados.

Segundo o comandante da Força de Fuzileiros Navais da Esquadra brasileira, vice-almirante Roberto Rossatto, o trabalho da Marinha do Brasil (MB) durante a GLO se baseou em ações prévis de inteligência, planejamento e monitoramento.

“A MB coibiu sobremaneira o crime organizado nas suas intenções criminosas, e isso é dificilmente quantificado, porque não se pode mensurar um ilícito que não foi cometido. E, justamente nestas ações de inteligência, pudemos ter a certeza que a presença ostensiva da Marinha, da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, das Polícias Civil e Militar dos estados, e da Receita Federal, fez com que conhecidas organizações criminosas deixassem de praticar ações como tráfico internacional de drogas e o descaminho”, analisou.

Dados do Comando de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul (COMPAAz) apontam que toda a atuação nas ações da GLO custou R$ 58,4 milhões à Marinha.

Detalhes

Desde o dia 6 de novembro de 2023, a Marinha do Brasil participou de ações individuais ou interagências que resultaram na apreensão de mais de 1,78 tonelada de drogas (2,7 kg de maconha; 1.525 kg de cocaína e 258 kg de pasta base de cocaína) e 16.250 maços de cigarro contrabandeados. Além disso, a Força participou de abordagens a 12.132 embarcações (sendo 332 navios) e 36.939 veículos, bem como vistoriou 5.148 contêineres e 24.496 pessoas – entre passageiros e funcionários – além de revistar 134.009 bagagens.

Foram também expedidos, pelos militares, 17 autos de prisão em flagrante de suspeitos de cometimento de crimes.