O terminal de Açu já adere ao ESI há três anos, no qual os navios que se enquadram acima dos padrões ambientais podem ter descontos de até 10% nas tarifas portuárias (Foto: Divulgação/Porto do Açu)
Região Sudeste
Porto do Açu prepara ações de sustentabilidade no programa ESI
O Índice Ambiental de Navios 2.0, da Associação Internacional de Portos, terá início em 2026
O Porto do Açu, localizado no norte do Rio de Janeiro, prepara suas ações de sustentabilidade voltadas para o ESI (Environmental Ship Index), sigla em inglês para Índice Ambiental de Navios, programa que concede benefícios a navios com desempenho ambiental acima dos padrões internacionais.
Recentemente, a Associação Internacional de Portos (IAPH) anunciou o ESI 2.0, que representa uma importante evolução da ferramenta, com a introdução de novos critérios.
O terminal de Açu já adere ao ESI há três anos, no qual os navios que se enquadram acima dos padrões ambientais podem ter descontos de até 10% nas tarifas portuárias.
“Esse tipo de incentivo é ter uma tarifa reduzida para uma melhor performance ambiental, como um importante mecanismo do porto, de incentivo e sustentabilidade do setor marítimo. O ESI 2.0 são melhorias que fomos observando ao longo do tempo. Essa nova versão inclui histórico de discussão em descarbonização, redução de pegada de carbono, eficiência energética, tudo incorporado para trazer esses novos parâmetros e aumentar esses incentivos”, comentou Fernanda Sossai, Gerente Geral de Desenvolvimento Portuário e ESG do Porto do Açu, em entrevista ao BE News.
Segundo a executiva, a iniciativa do ESI dentro do setor marítimo e portuário brasileiro ainda tem pouca adesão e que o desafio principal trata-se é expandir para que mais navios possam melhorar suas performances em nível ambiental.
“O desafio nosso agora está muito mais voltado a aumentar a quantidade de navios, não tanto a questão das tarifas em si. Tem sido muito utilizado pelas embarcações, navios em outras partes do mundo, enquanto que aqui no Brasil ainda é muito tímido a quantidade de navios participantes, e que estão buscando essa adesão e esse desenvolvimento”, analisou.
Sossai explicou que dentro do Porto do Açu, o terminal tem outras maneiras de incentivar a sustentabilidade no setor, como itens de performance em contratos de aluguel de área, a partir de cláusulas com benefícios.
Em São João da Barra, município em que o terminal está instalado, existe o programa de IPTU Verde, no qual as empresas instaladas podem chegar até 50% na redução do imposto com práticas de redução de resíduos, energia renovável e reuso de água.
“A gente tem que ser criativo, é o papel dos portos em proporcionar esses incentivos. É interessante ver o que o setor portuário, como um todo, tem se empenhado e se reinventando para poder ser cada vez mais sustentável”, pontuou Sossai.
Dentre as demais ações do Porto do Açu, a Gerente Geral destacou algumas delas, com a pretensão e missão de transformar o terminal em um hub de energia de baixo carbono.
“Tem temas e assuntos que têm trazido mais atenção, tomado mais relevância, e são temas globais. Estamos falando de descarbonização e mudanças climáticas, tanto do ponto de vista de transição energética, como de adaptação aos efeitos. É um tema que é muito material e que está no topo da agenda do setor portuário, e vai ficar por muitos anos, não somente como desafios, mas também como oportunidades de negócios que o setor tem olhado”, disse.
Segundo a Associação Internacional de Portos, as ações e iniciativas dentro do ESI 2.0 estão previstas para início em 2026.