Após reclamação de pilotos, Aeroporto do Recife limita horário de treinamentos

Mudança acontece após um áudio de uma discussão entre um piloto comercial e pilotos que estão em instrução vazar nas redes sociais

O áudio de uma discussão entre um piloto comercial e pilotos que estão em instrução no Aeroporto do Recife, em Pernambuco, levou à limitação dos treinamentos de novos pilotos no local, que é o único no estado.

Segundo um aviso da Aena Brasil, que administra o Aeroporto do Recife, os voos dessa natureza serão apenas aos sábados, entre 5h e 7h, e entre 20h e 21h. Já no domingo, os voos poderão ser feitos apenas entre 5h e 7h. A janela de treino dos aviadores, portanto, limitou-se a cinco horas.

O áudio da briga foi parar nas redes sociais. Nele, aviadores reclamam da presença de um Piper Seneca, um bimotor popular no país utilizado neste tipo de treinamento, nas pistas. “Absurdo o treinamento no aeroporto como do Recife. Aviação comercial parada e queimando querosene, para um Papa Tango fazer toque e arremetida”, disse um piloto. O termo Papa Tango refere-se às iniciais dos prefixos do avião.

Em seguida, a torre emite um comunicado. “Atenção, aviação comercial. Por gentileza, façam isso no canal apropriado junto às autoridades aeroportuárias com relação a esse procedimento. A torre infelizmente não tem condição de tomar as providências”.

Sem comentar o caso específico, o Aeroclube de Pernambuco, que ensina os novos pilotos e é responsável pela aeronave Seneca II que realizava o treinamento, divulgou um vídeo pedindo respeito.

“Sabemos que todo grande piloto começou com sonhos e humildade em pequenas aeronaves. Cada voo é uma jornada de aprendizado e superação. Lembre-se: a aviação é uma comunidade onde o respeito e a camaradagem são essenciais. Todos os pilotos, independentemente do tamanho da aeronave, merecem consideração e apoio”, diz a legenda do vídeo.

O BE News questionou a Aena Brasil e a Força Aérea Brasileira (FAB) se a mudança foi feita por conta da reclamação dos pilotos e se os voos de treinamento estão em conflito com os voos comerciais na capital pernambucana.

Em nota, a empresa disse que cabe à Força Aérea Brasileira a gestão do tráfego aéreo e não se pronunciou sobre o assunto. A FAB não respondeu nosso questionamento até o fechamento desta edição.