Para Afranio Spolador, o ganho inicial na estrada será com a segurança; a médio ou longo prazo será possível pensar em uma logística perfeita de carga e descarga dentro dos portos (crédito: Divulgação/Ecorodovias)
Inovação
5G: Ecorodovias projeta ganhos de segurança e melhorias
Segundo o diretor de Tecnologia da concessionária, em pouco menos de 10 anos, 5G poderá proporcionar uma logística perfeita entre rodovias e portos
O diretor de Tecnologia da EcoRodovias, Afranio Spolador, afirmou que a implantação do 5G no Brasil trará maior segurança nas estradas e ganhos de produtividade no País.
Segundo o especialista, o maior ganho inicial que o 5G proporcionará é a segurança. Isso porque o leilão para a concessão de operação nas faixas de frequência do 5G, realizado novembro de 2021, determinou que as vencedoras garantam cobertura de internet 4G a 36 mil quilômetros de rodovias federais até 2029 – 7,2 mil km no Norte, 11,2 mil km no Nordeste; 75, mil km no Centro-Oeste; 5,2 mil km no Sudeste e 4,4mil km no Sul.
O motivo que faz o representante da Ecorodovias colocar a instalação como principal ganho está na questão da comunicação dentro das estradas. Agora, será possível trazer mais segurança aos usuários em termos de acidentes e atendimentos dentro dos trechos concessionados.
“O maior ganho do 5G é o 4G que vem para as rodovias em função do leilão. Essa obrigatoriedade de contrapartida em colocar essa tecnologia, que é um grande desafio, é muito importante. O que precisamos, neste primeiro momento, é poder ter um espaço de comunicação entre concessionária e usuário. Para se ter uma ideia, a Ecovias do Araguaia, na BR-153, tem somente 20% de cobertura. Se viabilizarmos um sinal para toda a rodovia, conseguiremos viabilizar seguranças extras para a rodovia”, disse.
Ainda segundo Afranio Spolador, outro benefício que a conectividade trará para o País está na possibilidade de aumento de produtividade dentro do campo, que passará a contar com mais dispositivos de controle e gestão de safras.
“As cerejas do bolo são o progresso do País. O nosso campo já está bem automatizado e aguardando dispositivos que tragam conectividade para aumentar sua produtividade. Mas para isso, é preciso que o sinal chegue. Nesse sentido a rodovia será um hub importante para que isso aconteça”, falou.
O diretor de tecnologias da Ecorodovias, tratou ainda sobre a possibilidade de criação da chamada logística perfeita entre porto-rodovia. O conceito trata de fazer com que a chegada e descarga de produtos dentro do porto aconteça da forma mais otimizada possível. Para ele, neste primeiro momento, já haverá diminuição de atrasos e filas de caminhões, uma vez que produtores e transportadores terão maior controle da origem e destino de suas cargas.
“Estamos muito perto do Porto de Santos e podemos dizer que um dos problemas hoje está relacionado a tentativa da logística perfeita do caminhão chegar, conseguir embarcar sua carga e sair. Sem dúvida, ao trazermos essa tecnologia para as rodovias, teremos benefícios. O produtor ou transportador poderá saber em tempo real, por exemplo, que o caminhão está saindo de dentro do interior do País e que chegará em determinado horário dentro do porto. Essa programação permitirá que não haja atrasos nem filas de espera, que já vimos inúmeras vezes acontecer”, falou.
Já a médio e longo prazo, Afranio afirmou que o 5G possibilitará toda a automatização da descarga e do abastecimento de caminhões dentro dos portos. Contudo, para que isso aconteça, é preciso que transportadoras e operadoras trabalhem com um sistema integrado.
“Essa contribuição de tecnologia é muito importante, mas acredito que o salto para unificação entre porto-rodovia passa muito pela criação de uma plataforma unificada logística. Isso permitirá que o caminhão possa ser designado dentro do porto de forma mais célere. Toda essa cadeia logística tem como base a conectividade, mas a partir dela temos um caminho longo. O passo inicial foi dado e acredito que daqui uns dez anos tudo isso já estará muito avançado. Estamos ansiosos com todas essas oportunidades”, comentou.
Leia também: