Lula, que cumpre agenda no Chile, tem adotado uma postura conciliadora sobre a eleição na Venezuela, mas alguns países não reconhecem a vitória do presidente Nicolas Maduro. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Nacional
Lula reafirma apoio ao diálogo na Venezuela
No Chile, presidente fala sobre eleição no país e pede respeito à soberania popular. Já o chefe de Estado chileno não reconhece o resultado do pleito
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a falar sobre a situação da Venezuela em viagem internacional ao Chile na segunda-feira, dia 5. Em visita oficial ao Chile, o presidente brasileiro pediu respeito à soberania popular na eleição venezuelana. Já o presidente chileno, Gabriel Boric, já se pronunciou e disse que o país não reconhece o resultado da recente eleição para presidente na Venezuela sem a transparência das atas eleitorais.
“Expus [em conversa com Boric] as iniciativas que tenho empreendido com os presidentes Gustavo Petro (Colômbia) e Lopez Obrador (México) em relação a processo político na Venezuela. O respeito pela tolerância, o respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes aos diálogos e promover o entendimento entre governo e oposição”, declarou Lula no pronunciamento à imprensa após conversa privada com Boric.
Na última semana, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou a vitória do atual presidente, Nicolas Maduro, no pleito do dia 28 de julho com 51,95% frente a Edmundo González, que teria ficado com 43,18%. As atas eleitorais, no entanto, ainda não foram divulgadas.
O Brasil tem adotado uma postura conciliadora sobre a eleição na Venezuela, mas alguns países não reconhecem a vitória de Maduro. É o caso dos Estados Unidos, que se pronunciou por meio do secretário de Estado, Anthony Blinken.
“É evidente para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano que González Urrutia obteve o maior número de votos nas eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela”, disse Blinken.
Na segunda-feira, 30 ex-chefes de estado pediram ao presidente Lula que respeite a democracia na Venezuela. Em carta ao presidente brasileiro, eles pedem que Lula reafirme seu compromisso com a democracia e liberdade do povo venezuelano.
“O que está acontecendo é um escândalo. Admitir tal precedente ferirá mortalmente os esforços para defender a tríade da democracia, do Estado e dos direitos humanos”, diz um trecho da carta.