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"Estamos reforçando os vínculos do nosso país aos mercados da Argentina, Paraguai, Bolívia, Chile, Peru, Equador, Venezuela, Guiana e Suriname", afirmou Lula. Foto: Ricardo Stuckert

Internacional

Governo aposta em 5 rotas para ampliar comércio na América do Sul

Atualizado em: 14 de agosto de 2024 às 17:12
Yousefe Sipp Enviar e-mail para o Autor

Lula destacou as cinco rotas de integração como uma das principais iniciativas do governo, com o objetivo fortalecer e ampliar o comércio com as nações da América do Sul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a necessidade de uma infraestrutura logística nacional e internacional mais eficiente para impulsionar a economia. A declaração foi dada nesta quarta-feira (14), durante a abertura do fórum “Um Projeto de Brasil”. Lula destacou as cinco rotas de integração como uma das principais iniciativas do governo voltadas à fortalecer e ampliar o comércio com as nações da América do Sul.

“Estamos colocando de pé um ousado plano de cinco rotas de integração e desenvolvimento sul-americano. Estamos reforçando os vínculos do nosso país aos mercados da Argentina, Paraguai, Bolívia, Chile, Peru, Equador, Venezuela, Guiana e Suriname”, afirmou.

O presidente explicou que essas rotas visam reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre o Brasil e os países vizinhos, além de facilitar o comércio com a Ásia. “Unindo o Caribe, o Atlântico e o Pacífico, vamos conectar o país às regiões mais dinâmicas do mundo”, detalhou Lula.

“Infraestruturas comuns são a base para um continente mais próspero, as interconexões rodoviárias, ferroviárias, aéreas, fluviais e marítimas são chave para aumentar o comércio e os investimentos”, completou.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também presente no evento, anunciou que a Rota 2, parte do projeto de integração, deverá ser inaugurada em 2025, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém (PA). Esse trecho ligará a Região Norte e parte do Nordeste do Brasil à tríplice fronteira com Colômbia, Peru e Equador, permitindo o acesso ao Pacífico para exportação de mercadorias, principalmente para a China.

Até 2026, a expectativa é que outras duas rotas também estejam concluídas. Tebet destacou que o projeto deverá contribuir significativamente para o crescimento da economia brasileira no cenário global. “As rotas de integração regional têm o potencial de impulsionar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em cerca de 1% ao ano a partir de 2026 ou 2027, isso em um cenário conservador”, disse.

As obras necessárias para a concretização das iniciativas estão integradas ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e, segundo Tebet, não devem sobrecarregar o orçamento federal, já que parte do financiamento está sendo provido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Para viabilizar a integração, cerca de 190 projetos estão contemplados no novo PAC, incluindo 65 rodovias, 40 obras hidroviárias, 35 aeroportos, 21 portos, 15 infovias, 9 ferrovias e 5 linhas de transmissão de energia. O financiamento dessas obras, no valor de US$ 10 bilhões, foi garantido por meio de parcerias com instituições financeiras como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), o BNDES e o Fonplata (Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata).

Transição Energética

O presidente ainda destacou o compromisso com a transição energética, afirmando que o país continuará a investir fortemente em fontes de energia limpa. Lula ressaltou que atualmente, 90% da eletricidade consumida nacionalmente provém de fontes renováveis, o que coloca o Brasil em uma posição de destaque mundial nesse setor.

“Estamos comprometidos com a descarbonização e vamos intensificar os investimentos em energias renováveis. O Brasil já desenvolveu tecnologias avançadas na produção de biocombustíveis e motores ‘flex’ movidos a etanol. Nossa nova política industrial busca fortalecer as cadeias produtivas na América do Sul, permitindo que, por exemplo, os ônibus elétricos em circulação sejam fabricados em nossa região, e não em outros continentes”, declarou Luiz Inácio Lula da Silva.

O evento foi promovido pela revista Carta Capital em parceria com a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

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