Um dos principais desafios na implementação de caminhões movidos a GNL no Brasil é a criação de infraestrutura para abastecimento. Foto: Marcio Ferreira/MT
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Primeiro caminhão a GNL fabricado no país é apresentado em Brasília
Modelo 460 CV 6×2, tem o potencial de reduzir as emissões de CO2 em até 28% quando comparado ao óleo diesel
O ministro dos Transportes, Renan Filho, esteve presente na apresentação do primeiro caminhão movido a Gás Natural Liquefeito (GNL) fabricado no Brasil. Esse veículo, modelo 460 CV 6×2, tem o potencial de reduzir as emissões de CO2 em até 28% quando comparado ao óleo diesel, sendo considerado uma solução de transição para outras fontes renováveis, como a biomassa ou o hidrogênio.
“Nós estamos estimulando a criação de corredores verdes no Brasil a fim de reduzir a emissão de carbono. É uma agenda que o presidente Lula defende e a gente precisa cada vez mais estar conectado com esse movimento de transição energética”, destacou o ministro Renan Filho.
Um dos principais desafios na implementação de caminhões movidos a GNL no Brasil é a criação de infraestrutura para abastecimento. Segundo José de Moura Júnior, fundador da Virtu GNL-Brasil, a previsão é de que, nos próximos meses, duas Centrais de Descarbonização Rodoviárias (postos de abastecimento de gás natural, gás natural liquefeito e outros combustíveis sustentáveis) sejam instaladas no Maranhão, uma em Balsas e outra em Santo Antônio dos Lopes, em corredores logísticos que conectam ao Porto do Itaqui.
“O mais importante é que as empresas que precisam distribuir os seus produtos e estão conectadas a uma agenda de descarbonização vão ter condições de contratar uma frota de caminhões a GNL, o que vai ajudá-las a cumprir os seus compromissos ambientais”, explicou o ministro dos Transportes.
A demonstração do caminhão movido a GNL contou com a participação do secretário executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, do secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, de representantes da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura, além de outras autoridades.
Os tanques para caminhões movidos a GNL precisam ter um tamanho superior ao que estava previamente estipulado pela legislação brasileira. Em agosto de 2023, a empresa GNL-Brasil solicitou ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) a ampliação do comprimento permitido para caminhão-trator com semirreboque de 18,6 metros para 19,3 metros.
No dia 3 de abril de 2024, o Contran aprovou a Resolução nº 1.005, que autoriza a circulação de veículos articulados do tipo semirreboque com comprimento máximo de 19,3 metros. Essa alteração resultou em um aumento de 7,14% no volume de carga transportada por veículo, o que reduziu em até 7,4% a quantidade de veículos nas rodovias.
Com a redução do número de veículos em circulação, há também uma diminuição expressiva nas emissões de CO2, contribuindo para a descarbonização do transporte rodoviário. Além disso, a ampliação das dimensões dos veículos não afeta a estrutura viária, promovendo a sustentabilidade e a eficiência no transporte.
Sobre o GNL
O Gás Natural Liquefeito (GNL) é obtido através do resfriamento do gás natural a uma temperatura de cerca de -160 ºC. Esse processo reduz o volume do gás em aproximadamente 600 vezes, permitindo o armazenamento de uma maior quantidade em um espaço reduzido, o que torna o transporte do energético mais viável para longas distâncias. A autonomia de um caminhão movido a GNL é de cerca de 1,2 mil quilômetros por tanque, comparada aos 300 quilômetros, em média, dos tanques de Gás Natural Veicular (GNV).