Nacional
Congresso ABOL discute reforma tributária e inovação
Diversos players da operação logística no País se reuniram em Ibiúna (SP) durante a 8ª edição do Congresso ABOL (Associação Brasileira de Operadores Logísticos), para tratar temas estratégicos para o setor, como o possível aumento da carga tributária, o futuro do trabalho e dos negócios no Brasil, a previsão de investimentos 69% maiores em transformação digital até 2026, e a regulamentação do mercado de carbono.
No centro das discussões, a Reforma Tributária e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), tributo sobre o valor agregado que substituirá o ICMS e o ISS gradativamente, visto como uma “fantasia” pelo economista-chefe e sócio da Warren Investimentos, Felipe Salto. Ele afirma que a guerra fiscal vai continuar até 2032, quando as mudanças para o IBS entrarão efetivamente em vigor.
Salto, que foi Secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo em 2022, é um dos mais contundentes críticos da Reforma e garantiu também que a alíquota será muito maior do que 26,5%, percentual estabelecido como uma “trava” para a alíquota-padrão acumulada com a da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). “Espero que seja aprovada uma contrarreforma para antes de esperarmos todo esse tempo para constatar que o IBS fracassará”, pontuou.
Já o tema inovação foi abordado pelo vice-presidente de Inovação e Estratégia do Grupo FCamara, Rodrigo Burgers. De acordo com o executivo, estima-se que o mercado logístico representa hoje 12% do cenário global de transformação digital. Entre 2020 e 2023, houve um aumento de 58% nos investimentos, e, até 2026, a previsão de crescimento é de 69%. Burgers apontou ainda que, para ser definido um plano com horizontes mais bem desenhados, é importante as companhias considerarem o nível de maturidade de desenvolvimento das inovações e o impacto delas no setor.
A transição energética foi abordada pelo gerente de projetos da Roland Berger, João Quintanilha, e o gerente de Meio Ambiente do Pacto Global da ONU, Rubens Filho. Para Quintanilha, o setor de transporte será cada vez mais pressionado como desbloqueador da demanda e da oferta de biocombustíveis no País.
Já Filho observa que o Brasil está navegando em mares muito interessantes quando o assunto é combustíveis alternativos, e que há duas grandes oportunidades no curto prazo, o G20 e a COP 30, momentos mais propícios para se mostrar narrativas e oferecer opções para cada modal. Além disso, ele entende que o País tem a chance de fortalecer o papel de exportador de hidrogênio e amônia verdes.
“O Congresso ABOL tem o objetivo de aproximar os nossos associados, enquanto líderes do setor, e proporcionar um ambiente favorável à troca de informações e experiências. O encontro busca também oferecer momentos de debates e reflexões sobre os principais assuntos da nossa agenda e que influenciam diretamente nas tomadas de decisão”, conclui Marcella Cunha, diretora Executiva da entidade.