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A falta de regulação e de financiamentos específicos, entre outros desafios, foi discutida pelos especialistas no painel “Descarbonização no setor de transportes” do Sudeste Export (Foto: Divulgação/Grupo Brasil Export)

Sudeste Export

Falta de regulação e financiamento desafiam descarbonização dos transportes

Atualizado em: 25 de setembro de 2024 às 8:24
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Debate no Fórum Sudeste Export evidencia barreiras para empresas que buscam reduzir emissões de gases de efeito estufa

A falta de alinhamento com a política de descarbonização global e de regulamentação, bem como de financiamentos específicos, são alguns dos desafios enfrentados por empresas que querem zerar ou reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) de suas operações. O tema foi debatido durante o painel “Descarbonização no setor de transportes”, exposto no Fórum Sudeste Export, nos dias 16 e 17 de setembro.

Participaram da conversa Larissa Amorim, diretora de Sustentabilidade da Secretaria-Executiva do Ministério de Portos (MPor); Danilo Veras, head de Public Affairs da Maersk para a América Latina, e Anderson Abreu, gerente geral de Relacionamento Institucional e Governamental da VLI. A moderação foi feita por Núria Bianco, jornalista e apresentadora da Rede BE News.

Danilo disse que apenas as iniciativas privadas não conseguirão dar conta de “entregar a descarbonização”. Para ele, o Governo precisa se debruçar sobre o tema para regulamentar o setor e oferecer segurança jurídica às empresas que querem realizar mudanças visando tornar suas operações mais sustentáveis.

“O Governo precisa ter uma régua para medir isso. A gente (empresa) pode até se incomodar, mas precisa ser feito”, disse Veras.

Já Anderson citou que a descarbonização dos portos passa também pela integração com o modal ferroviário nacional, que hoje ocupa o oitavo lugar no mundo em termos de tamanho de malha.

“Tem que migrar do modal rodoviário para o ferroviário, por inteligência e estratégia. Temos dados que mostram que, se o modal ferroviário aumentar, a movimentação de cargas (por trens) cresce de 21% para 40% até 2035 no país. E para essa expansão, precisamos de três pilares: o primeiro é abrir novas concessões (ferroviárias); o segundo é a renovação antecipada das concessões, que antecipam os investimentos; e o terceiro são as autorizações ferroviárias”, pontuou.

Já Larissa Amorim ressaltou que o MPor está criando uma política pública sobre descarbonização que, entre outras diretrizes, trará mecanismos para que o setor consiga acesso a linhas de crédito melhores em projetos de sustentabilidade.

Eduardo Nery, diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) fez uma rápida participação por vídeo no início do painel e destacou as duas agendas prioritárias do órgão sobre o tema.

A primeira é o “Diagnóstico de Descarbonização, Infraestrutura e aplicações do Hidrogênio nos Portos”, que está sendo feito em parceria com o MPor e a alemã Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ); e a segunda é o inventário de emissão de carbono do setor aquaviário brasileiro.

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TAGS descarbonização Sudeste Export sustentabilidade