Porto de Rio Grande vai receber sistema de monitoramento de embarcações

Terminal será o primeiro do Brasil a implementar o VTS por meio de uma empresa nacional, trazendo mais segurança e agilidade às operações

O Porto de Rio Grande (RS) está se preparando para a implementação do Vessel Traffic Service (VTS), um sistema de monitoramento das embarcações que passam pelos portos, fazendo um controle tático desses navios para trazer mais segurança às operações.

A Portos RS, Autoridade Portuária que administra os portos públicos gaúchos, planeja instalar o VTS e, numa fase seguinte, o Sistema de Gerenciamento e Informações do Tráfego de Embarcações (VTMIS), um sistema mais completo, abrangendo a atuação na parte comercial das operações, desde a saída no porto de origem, até o destino final.

Atualmente, o Porto de Rio Grande aguarda a homologação do sistema VTS junto à Marinha.

O capitão de Mar e Guerra da Reserva Remunerada da Marinha, Alexandre Lopes Vianna de Souza, que já foi capitão dos Portos de Santa Catarina, foi convidado para atuar na implantação dos dois sistemas em Rio Grande.

“Além da implementação, a minha função é a escolha da equipe de operadores e o gerenciamento da operação. É fundamental que quem estiver coordenando essa atividade tenha um bom entendimento de navegação. Por isso, a Marinha estabeleceu nas Normas da Autoridade Marítima, que o coordenador seja ou um oficial de marinha ou um oficial de marinha mercante com embarque comprovado”, explicou Souza.

Apesar de o VTS já existir no Brasil desde 2015, quando foi homologado pela Marinha no Porto do Açu, no Rio de Janeiro, ele explica que o projeto no Rio Grande é diferente por ser o primeiro a ter a implementação realizada por uma empresa nacional.

A Technomar, vencedora da licitação, será responsável por adquirir o material necessário, instalar e fazer a manutenção do sistema, um fator que deve simplificar a operação.

Segundo o capitão, o fato do procedimento ser realizado por uma companhia brasileira também pode facilitar a integração com a administração do porto, trazendo maior agilidade à instalação.

“É uma forma de contratação diferente. Por exemplo, o Porto de Santos está comprando material e vai contratar uma empresa para fazer a instalação disso. O Porto de Rio Grande não. Ou seja, é uma forma pioneira que outros portos estão atentos para ver como é que vai funcionar para, de repente, replicar em outros locais”, salientou.

Souza ainda ressalta que o trabalho da empresa é criar um software para integrar todos os sensores utilizados pelo VTS e fazer a apresentação para que o tráfego marítimo seja coordenado na área, destacando que a estrutura já pode operar no porto gaúcho.

“A arquitetura do sistema já está funcionando. Ela funciona inclusive com transmissão remota aqui no escritório da Technomar, em São Paulo, eles têm a visualização do Porto em tempo real do que está acontecendo lá. Só que ainda falta a instalação do radar e a montagem da sala onde vão ficar os operadores”, afirmou.

Aguardando iniciar os trabalhos no porto gaúcho, o capitão Souza ainda não confirmou as datas de conclusão da operação plena do sistema em Rio Grande.