A 24ª edição da Fenatran reúne 332 expositores. Marcas como Volvo, Volkswagen e Scania apostam em tecnologias para reduzir emissões e impulsionar a sustentabilidade logística (Foto: Paulo Rogério/Divulgação)
Região Sudeste
“Sustentável”, Fenatran abre 24ª edição em São Paulo
Investimentos em tecnologias alternativas e veículos elétricos dominam o evento e sinalizam futuro verde para o setor de transporte de carga
Descarbonização é a palavra que define o 24º Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Carga (Fenatran). O evento, que teve início na segunda-feira (4) e vai até sexta-feira (8) no Expo Imigrantes, em São Paulo, reúne 332 expositores dos mais diversos segmentos do setor de transportes e logística. É estimado um público superior a 60 mil pessoas. A abertura oficial do evento contou com a presença de Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Em um evento que costumeiramente apresenta novidades para o setor, a Fenatran 2024 demonstra planejar um futuro sustentável. Isso envolve caminhões elétricos e movidos a combustíveis alternativos, empilhadeiras elétricas, novos motores com menores emissões de CO2, dentre outras atrações.
“A descarbonização é uma realidade e a Fenatran mostra que o veículo elétrico não é a única alternativa. São várias opções e o transportador consegue adequar de acordo com a necessidade dele. Descarbonização é um tema forte e não temos um só meio”, disse Thiago Braga Ferreira, gerente executivo da Fenatran.
A FPT Industrial confirmou investimentos de R$ 127 milhões em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias de propulsão, como parte da sua estratégia para descarbonização e geração de fontes de energias renováveis, no período de 2024 a 2028.
Para a Fenatran 2024, a marca apresenta uma oferta de motores a combustão interna, com alternativas como gás natural, biometano e combustíveis renováveis.
No setor de caminhões, as marcas deram ênfase aos elétricos e movidos com combustíveis alternativos.
Da Volvo, destaque para o FM Electric e o FH B100 Flex. “Os resultados vêm confirmando os benefícios de rodar com esses veículos de zero emissões de CO2, nas condições brasileiras”, disse Alan Holzmann, diretor de estratégia e planejamento de produto caminhões da marca. O elétrico tem um motor com 660 cv de potência (490 kW) e Peso Bruto Total Combinado (PBTC) de até 50 toneladas.
O Volvo FH B100 Flex é movido também com biodiesel. Quando abastecido exclusivamente com o B100, a redução das emissões de CO2 equivalente de origem fóssil varia de 70% a 90%, dependendo do processo produtivo do biodiesel.
A Volkswagen Caminhões colocou em seu estande o Meteor Hybrid. Dotado de um motor a diesel e um eixo auxiliar elétrico, tem potencial para reduzir mais de 90% das emissões de CO2.
A Mercedes irá iniciar testes com 15 unidades do eActros (versões 300 e 400) e eCanter no início de 2025. O eActros é vendido na Europa em versões com autonomia entre 220 km e 400 km. O eCanter pode receber carrocerias como carga aberta, baú ou guincho. Dois modelos serão testados no Brasil com PBTs de 7,5 e 8 toneladas. A autonomia varia entre 140 km e 200 km.
A Scania alterna entre os segmentos elétrico, diesel, biodiesel e gás. A marca apresentou seis novos caminhões: 30 G 4×2 (elétrico) e P 280 6×4 XT (‘Light Construction’), o semipesado P 280 6×2 (7 litros), 460 R 6×2 Super, 500 RH 6×4 Super B100 (100% biodiesel) e o G 460 6×2 (gás/biometano).
No setor de empilhadeiras a ideia de sustentabilidade também entrou com força na Fenatran. Paralelamente ao evento, a Movimart reúne toda a cadeia de logística integrada para a América Latina. A Hangcha tem, em seu estande, uma máquina de bateria de lítio com capacidade para transportar 2,5 toneladas.
“A empilhadeira elétrica veio para substituir as máquinas a combustão. Elas geram economia e têm menos componentes que apresentam defeitos. O cliente já está vindo em busca. Temos 22% do market share no Brasil”, revela Kleber Li, diretor comercial da empresa.