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Há dois meses em operação provisória no município de Itacoatiara, a 269 quilômetros de Manaus, o porto flutuante gerenciado pelas empresas Chibatão e Super Terminais tem sido fundamental para evitar o desabastecimento do Polo Industrial de Manaus (PIM)

Região Norte

Porto flutuante em Itacoatiara deve continuar em operação até 2025

18 de novembro de 2024 às 16:48
Júnior Batista Enviar e-mail para o Autor

Flutuante provisório tem sido utilizado de maneira estratégica durante estiagem nos rios da capital amazonense

Há dois meses em operação provisória no município de Itacoatiara, a 269 quilômetros de Manaus, o porto flutuante gerenciado pelas empresas Chibatão e Super Terminais tem sido fundamental para evitar o desabastecimento do Polo Industrial de Manaus (PIM) e do comércio local. Sem uma data definida para encerramento, sua continuidade depende de autorização da Marinha do Brasil, que ainda avalia a navegabilidade do Rio Negro.

O gerente de planejamento operacional do Super Terminais, Leonardo Santos, destacou que o porto flutuante começou a operar no dia 12 de setembro, um investimento de R$ 55 milhões para mitigar os impactos da seca histórica nos níveis dos rios. “Foi a maior seca de todos os tempos. Tivemos que implantar um píer provisório de 260 metros, garantindo o abastecimento da Zona Franca mesmo em condições extremas”, afirmou Santos.

Desde o início das operações, 20 mil contêineres foram movimentados por navios que descarregam em balsas destinadas a Manaus. Segundo Santos, até o final da estiagem, prevista para dezembro, esse número deve chegar a 40 mil contêineres. A estrutura também gerou impacto positivo em Itacoatiara, com aumento na demanda por serviços locais, como hotéis e restaurantes, além de empregar diretamente 150 pessoas no município e 600 em Manaus.

O píer foi projetado para áreas de baixa profundidade, garantindo operações mesmo com os níveis reduzidos dos rios. Entre as embarcações que passaram pelo porto estão navios de grandes operadoras, como Log-In, Mercosul e Maersk. A primeira operação, realizada com o navio Log-In Jacarandá, movimentou 1.032 contêineres. Desde então, navios como o Veracruz e o Maersk Jalan mantêm um fluxo constante de cargas essenciais.

Santos ressaltou a importância de melhorias na navegabilidade regional para evitar crises futuras. “A principal diferença entre os rios navegáveis daqui e as hidrovias de outras regiões é a ausência de sinalização. Hidrovias trariam mais segurança e eficiência para operações diurnas e noturnas”, explicou.

ATÉ 2025

Parte da infraestrutura será mantida em Itacoatiara para 2025, caso seja necessário retomar as operações provisórias. Segundo Santos, a estratégia visa preparar a região para eventuais estiagens, minimizando impactos na economia do Amazonas. “A operação foi um verdadeiro desafio logístico, mas conseguimos manter o abastecimento e bater recordes de faturamento na Zona Franca, mesmo em meio à seca histórica”, concluiu.

Atualmente, o porto flutuante é responsável pela movimentação de grandes quantidades de contêineres e cargas. Em dois meses de operação, já foram movimentados 20 mil contêineres, com uma média de 1.800 contêineres por navio. Cada operação de carga e descarga dura em média 28 horas, e o porto tem operado com até 12 navios, com previsões de alcançar 30 navios até o final da seca.

Operação de guerra em Itacoatiara

A operação do porto flutuante é um esforço considerável de logística. As cargas descarregadas nos navios são transferidas para balsas, que navegam tanto de dia quanto de noite, realizando o transbordo de mercadorias até Manaus. Cada balsa transporta entre 80 a 90 contêineres, dependendo da embarcação. Em Itacoatiara, cerca de 150 colaboradores trabalham diretamente no porto, enquanto em Manaus, a equipe operacional é composta por 600 pessoas.

Leonardo Queiroz descreve a operação como um verdadeiro “desafio de guerra”, devido à complexidade e ao caráter emergencial da situação. “Nosso objetivo é garantir que, mesmo diante da seca histórica, a Zona Franca continue recebendo insumos essenciais”, conclui Queiroz.

 

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