Com investimentos superiores a R$ 4 bilhões, a logística para o transporte hidroviário de minérios de ferro e manganês pelos rios Paraná e Paraguai será potencializada nos próximos anos. O destaque foi feito pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, após o anúncio dos recursos, nesta quinta-feira (21). Foto: Eduardo Oliveira/MPor
Região Norte
Ministro anuncia R$ 4 bi à indústria naval e destaca geração de empregos
Aportes serão aplicados na produção de embarcações para navegação interior; projetos devem aumentar capacidade de transporte de minérios
Com investimentos superiores a R$ 4 bilhões, a logística para o transporte hidroviário de minérios de ferro e manganês pelos rios Paraná e Paraguai será potencializada nos próximos anos. O destaque foi feito pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, após o anúncio dos recursos, nesta quinta-feira (21).
O montante será destinado à construção de 400 balsas e 15 empurradores, que serão produzidos e entregues ao longo dos próximos quatro anos. Essa nova frota ficará alocada em seis estaleiros estratégicos, localizados nas regiões Nordeste, Norte, Sul e Sudeste. O projeto deve aumentar o escoamento de minérios em cerca de 6 milhões de toneladas por ano.
A construção das balsas e empurradores, frisou o ministro, representará também um avanço na frota nacional de transporte de carga para navegação interior, além de fortalecer a indústria naval brasileira. “O projeto é um marco histórico para o país, uma vez que estamos assinando hoje o maior programa da história do Brasil de navegação interior. Isso mostra que o Governo Federal tem uma agenda de desenvolvimento, que envolve as hidrovias, uma indústria limpa, fundamental para o escoamento da produção brasileira”, destacou Costa Filho.
FMM e BNDES
Cerca de 90% dos investimentos empregados pela LHG Logística Ltda (R$ 3,7 bilhões) para a construção da nova frota naval e dos estaleiros foram financiados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) por meio de financiamento realizado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Esse recurso deverá impulsionar a movimentação de matérias-primas, como aço e manganês, além de fomentar a economia brasileira, gerando mais empregos e desenvolvimento nas regiões.
“O Brasil hoje tem 12 mil quilômetros de hidrovias navegáveis, com um potencial de 42 mil. Um projeto como esse, que estamos assinando hoje, significa o fortalecimento dessa agenda hidroviária, porque o presidente Lula tem compromisso com a navegação do Brasil. Em tempos de COP30, essas hidrovias representam a retirada de mais de 70 mil toneladas de CO2, o que representa um grande avanço na agenda de sustentabilidade brasileira. E isso dialoga com o que o mundo deseja. O mundo quer produzir, mas, acima de tudo, quer produzir de maneira sustentável”, ressaltou.
Os novos empreendimentos vão ampliar o escoamento de minérios e agilizar o transporte dos materiais extraídos em Corumbá (MS) e carregados nas barcaças, que percorrerão mais de 2.500 km por hidrovias até atracar no terminal marítimo de Nova Palmira, no Uruguai, onde são embarcados para navios de longo curso. O projeto reforça a importância da hidrovia Paraguai-Paraná para a integração regional entre o Brasil e os países da América do Sul, especialmente Paraguai, Argentina e Uruguai.
Modal sustentável
Os investimentos para a ampliação do modal hidroviário, com foco no escoamento de produtos, contribuem não apenas para a geração de emprego e renda, mas também para a política de descarbonização da matriz logística brasileira. Segundo dados da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e do Instituto Energia e Meio Ambiente (Iema), o transporte de materiais pelas hidrovias representa uma redução de 95% nas emissões em relação ao modal rodoviário e de 70% em comparação ao modal ferroviário.
Agenda em Belém
Cumprindo agenda público no Pará, durante o período da tarde, o ministro Silvio Costa Filho realizou uma vistoria no aeroporto de Belém, principal complexo da região Norte. Durante os trabalhos, Costa Filho conferiu as obras que estão sendo realizadas no local. Por lá, estão previstas melhorias na infraestrutura de processamento bagagem e cargas, expansão da pista de pouso e decolagem e a modernização do terminal de passageiros.