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A mobilização também cresceu entre consumidores e comerciantes brasileiros, com campanhas nas redes sociais e iniciativas para cortar relações comerciais com o Carrefour. Foto: Divulgação/Carrefour

Comércio exterior

Veto à carne do Mercosul provoca crise comercial com Carrefour

Atualizado em: 25 de novembro de 2024 às 9:28
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Entidades do agronegócio e frigoríficos brasileiros reagem à exclusão de carnes do bloco sul-americano na França

O agronegócio brasileiro intensificou a mobilização contra a decisão do Carrefour de banir carnes do Mercosul nas lojas francesas, citando preocupações ambientais e climáticas. Grandes frigoríficos, como JBS, Marfrig e Masterboi, já teriam iniciado a suspensão do fornecimento de carnes ao grupo no Brasil. O movimento tem o apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que repudiou a medida, classificando-a como “preconceituosa”.

A crise começou na quarta-feira (20), quando o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou que a rede não comprará mais carnes do Mercosul para as lojas na França. Em carta à FNSEA (Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores), ele destacou que o acordo comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul colocaria em risco o mercado francês com carnes que, segundo ele, “não respeitam normas e exigências locais”.

O Carrefour afirmou que a decisão é restrita às lojas francesas e atende a uma demanda interna, sem questionar a qualidade das carnes do Mercosul. Paralelamente, o grupo francês Les Mousquetaires, dono das redes Intermarché e Netto, aderiu à mesma política, ampliando o boicote às carnes sul-americanas. O Brasil, principal exportador de carne bovina do mundo, representa um dos maiores mercados de fornecimento para esses grupos, aumentando a pressão sobre os frigoríficos.

O anúncio gerou forte reação no Brasil. O Ministério da Agricultura criticou a atitude, ressaltando que o país adota rígidos padrões ambientais e sanitários. Além disso, enfatizou que a medida desconsidera avanços do setor agropecuário e reforça visões distorcidas sobre a produção brasileira, o que prejudica as relações comerciais entre Mercosul e UE.

Entidades como a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Sociedade Rural Brasileira e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) se uniram ao coro de repúdio. A Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp) defende um boicote aos produtos da rede. Também houve manifestação de associações rurais, que veem na decisão um ataque à reputação do agronegócio brasileiro.

A mobilização também cresceu entre consumidores e comerciantes brasileiros, com campanhas nas redes sociais e iniciativas para cortar relações comerciais com o Carrefour, dono das marcas Carrefour, Atacadão e Sam’s Club. Setores do varejo e alimentação consideram a medida um ataque direto ao Brasil, enquanto frigoríficos já estariam revisando seus contratos de fornecimento.

 

 

 

 

 

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