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Projetada para serviços de dragagem intensivos e contínuos, a draga Utrecht possui um sistema de sucção que permite a coleta de sedimentos diretamente do fundo do canal (Foto: Matheus Souza/SPI)

Região Sul

Draga Utrecht inicia nova fase de dragagem no Rio Itajaí-Açu

27 de novembro de 2024 às 12:07
Cássio Lyra Enviar e-mail para o Autor

Expectativa é de que a profundidade de até 14 metros seja retomada em até dez dias

A draga Utrecht (tipo Hopper), de propriedade da empresa holandesa Van Oord, chegou ao complexo portuário Itajaí-Açu, em Santa Catarina, no último domingo (24). De acordo com a Superintendência do Porto de Itajaí (SPI), nesta semana a embarcação iniciou uma nova fase da dragagem de manutenção no canal de acesso aos portos de Itajaí e Navegantes.

Com 159,65 metros de comprimento e 28 metros de largura, a embarcação é considerada uma das dragas mais eficientes da sua categoria. Possui tonelagem bruta de 26.016 toneladas, sendo projetada para armazenar até 18.292 metros cúbicos de sedimentos em sua cisterna, garantindo um alto rendimento durante a operação.

Segundo a SPI, a draga vai realizar uma operação contínua que visa tanto melhorar o fluxo de águas no Rio Itajaí-Açu quanto evitar riscos de enchentes, uma vez que ajuda a manter o escoamento da água do Vale do Itajaí em períodos de chuvas intensas.

“A draga Utrecht estava atuando no Porto de Santos (SP), e, sua chegada a Itajaí neste domingo, demonstra sua real necessidade de realizar suas etapas de ciclos de dragagem no Rio Itajaí Açu, de acordo com seus parâmetros e áreas compreendidas. Ela irá complementar os serviços de dragagem de manutenção que foram retomados no início do mês com a utilização da draga de injeção de água Njord. Devido a sua alta capacidade de produção, a draga Utrecht deverá recolocar o porto nas suas profundidades nominais entre sete a 10 dias de operação”, afirmou o Diretor da Van Oord, Antonio Seabra.

Projetada para serviços de dragagem intensivos e contínuos, a Utrecht possui um sofisticado sistema de sucção que permite a coleta de sedimentos diretamente do fundo do canal. Uma série de bombas e tubulações potentes fazem a sucção do material, armazenado em sua cisterna, até que possa ser despejado no local de descarte, a cerca de 10 quilômetros da costa (5 milhas náuticas), em uma área específica (bota-fora), sendo depositados em alto mar, indicada pelas autoridades ambientais para preservação do ecossistema local.

Esta é a terceira vez que a draga Utrecht atua no rio Itajaí-Açu desde sua primeira missão, em janeiro de 2019, consolidando-se como um recurso estratégico para a manutenção das operações portuárias na região.

De acordo com a SPI, a draga vai atuar permanentemente na dragagem ao longo do canal de acesso ao Complexo Portuário do Rio Itajaí Açu – áreas a montante e jusante – do Rio Itajaí Açu e também nas áreas das Bacias de Evolução I (em frente aos portos de Itajaí e Navegantes), II (Baía Afonso Wippel – Saco da Fazenda).

“Esse investimento é vital para a economia, considerando que o canal precisa estar em condições ideais para atender à crescente demanda de transporte marítimo no país. O custo mensal desse serviço representa cerca de 70% do orçamento da Superintendência do Porto de Itajaí, uma média de 7 milhões de reais mensalmente. Manter o Rio Itajaí-Açu entre 13 e 14 metros de profundidade é essencial”, destacou o Superintendente do Porto de Itajaí, Fábio da Veiga.

A operação da Utrecht é complementada pela draga Njord, que atua com jatos de água pressurizada para afrouxar e movimentar os sedimentos do fundo do rio, facilitando sua remoção. A técnica potencializa a eficácia da dragagem, permitindo que sedimentos mais finos sejam carregados pela correnteza, enquanto a Utrecht armazena o material extraído e o transporta para áreas de descarte autorizadas a aproximadamente 10 quilômetros da costa.

Acordo

A dragagem de manutenção foi retomada no dia 8 de novembro. A Portonave, companhia que administra o terminal de Navegantes, vai realizar os pagamentos do serviço até março de 2026, após um acordo firmado entre as companhias portuárias, Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e Ministério de Portos e Aeroportos.

Os serviços foram interrompidos no mês de agosto. A Van Oord suspendeu os trabalhos em razão de um débito no valor de R$ 35 milhões da Autoridade Portuária de Itajaí. Os valores que vão passar a ser pagos pela Portonave foram acordados em confidencialidade e não foram divulgados.

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