O presidente Lula e o ministro dos Transportes em exercício, George Santoro, participaram da cerimônia de assinatura do termo aditivo ao projeto da ferrovia Transnordestina. Foto: Divulgação/Governo Federal
Região Nordeste
Governo libera R$ 3,6 bilhões para conclusão da Transnordestina
Investimento bilionário viabiliza obras e promete mais empregos e competitividade para o Nordeste
A ferrovia Transnordestina, considerada prioridade pelo Governo Federal e prevista no Novo PAC, recebeu um impulso significativo com a liberação de R$ 3,6 bilhões, essenciais para a conclusão do projeto. A assinatura do aditivo ocorreu no Palácio do Planalto, em cerimônia realizada na quinta-feira (28) com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, também foi assinada a Ordem de Serviço (OS) para novas obras de infraestrutura na ferrovia.
Participaram da assinatura o ministro dos Transportes em exercício, George Santoro, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), além do presidente da Transnordestina Logística, Tufi Daher Filho, e o diretor da Construtora Marquise, Renan Carvalho. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, também esteve presente no evento.
Durante o evento, o presidente Lula destacou a importância histórica da ferrovia e mencionou o pedido feito pelo ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes. “Essa Transnordestina foi um pedido do companheiro Miguel Arraes. Ele dizia para mim: ‘Lula, a Transnordestina vai mudar a vida do Nordeste’. E vocês não têm noção da quantidade de reuniões que eu fiz e a cada reunião aparecia um novo problema, alguém dizia que tinha alguma coisa que estava atrapalhando”, lembrou. “Este país precisa ter facilidade para o transporte das cargas que nós produzimos e não existe outra possibilidade de a gente ficar muito competitivo se a gente não tiver as ferrovias”.
George Santoro ressaltou os desafios enfrentados para reativar um projeto que ficou anos parado. Ele destacou o papel da ferrovia como catalisador do desenvolvimento regional. “A Transnordestina não pode ser vista somente como um meio de transportar cargas ou corredor logístico. Ela é um fator de desenvolvimento regional porque passa por regiões com a perspectiva de entregar uma infraestrutura importante”, disse. “Será um corredor logístico bastante integrado. Ao longo dela serão desenvolvidos diversos modais rodoviários e ferroviários para permitir esse fluxo de mercadorias”, completou.
Segundo Waldez Góes, o aditivo permitirá ampliar a força de trabalho no projeto. “A viabilização deste termo de aditivo vai garantir o procedimento desta obra e lembrar que ela estava, bem dizer, desmobilizada com poucos empregos. De 2023 para cá já tem 3 mil trabalhadores e poderá chegar com esses atos em 8 mil postos de trabalho diretos”, detalhou.
Rui Costa reforçou o papel estratégico da ferrovia na integração da malha logística do país. “Esta cerimônia é para assinatura dos contratos adicionais e dos aditivos para continuidade dessa obra tão importante, não só para o Ceará, Piauí, Pernambuco, mas para todo o Nordeste e para o Brasil, pois num futuro próximo iremos integrá-la com a [ferrovia] Norte-Sul e, portanto, ter uma malha ferroviária toda integrada aumentando a capacidade competitiva do país propiciando custos mais baixos de produção”.
Financiamento
Os R$ 3,6 bilhões serão financiados pelo Banco do Nordeste à Transnordestina Logística (TLSA) com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). O projeto, que retomou investimentos federais em 2023, é considerado um dos maiores em infraestrutura no Brasil, com especificações técnicas comparáveis às melhores ferrovias do mundo.
A OS do lote 7 permitirá avançar 55 quilômetros de trilhos no Ceará, entre Quixadá e Itapiúna. Com a contratação desse trecho, restam 169 quilômetros para conectar o terminal ao Porto de Pecém e finalizar a fase 1 do projeto. Essa etapa abrange o eixo entre Eliseu Martins (PI) e o porto cearense, incluindo o ramal até Salgueiro (PE).
Até agora, 676 quilômetros da fase 1 foram entregues, e outros 151 quilômetros estão em construção. Dentro do cronograma da TLSA, a operação assistida deve começar em 2025, com os primeiros vagões transportando soja, milho e calcário.
O plano completo da ferrovia Transnordestina inclui 1.757 quilômetros, sendo 1.209 na fase 1. Com a inclusão do ramal de Pernambuco no Novo PAC, o trecho recebeu prioridade para investimentos e segue como compromisso do governo Lula para fortalecer a infraestrutura no Nordeste.