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O “novo caminho logístico” para receber fertilizantes foi debatido no painel “Desafios e oportunidades no setor de logística e portos da região Norte” (crédito: Livian Neto)

Agronegócio

Arco Amazônico, um novo corredor de importação de fertilizantes

21 de setembro de 2022 às 11:00
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Volume movimentado no primeiro semestre de 2022 pelos portos da região foi 39% maior do que no mesmo período de 2021 

A participação dos portos do Arco Amazônico – Santarém e Belém (PA), Itaqui (MA), e Salvador (BA) – nas importações de fertilizantes pelo Brasil praticamente dobrou em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 4,4 milhões de toneladas de adubos entre janeiro e junho deste ano, quantidade que corresponde a 25% de todas as compras do produto pelo País no período, e é 39% maior do que o registrado nos mesmos meses de 2021, segundo dados da plataforma do Governo Federal, Comex Stat.

O cenário tem animado os operadores portuários que atuam no território, entre eles, Renato Freitas, superintendente da Transglobal, que acredita que a região Norte é a que mais vai crescer logisticamente no país, não só na exportação de soja e milho, mas principalmente como alternativa para um novo corredor de importação de fertilizantes. Ele foi um dos participantes do painel “Desafios e oportunidades no setor de logística e portos da região Norte”, exposto no Norte Export – Fórum Regional de Logística e Infraestrutura Portuária, realizado na Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), em Porto Velho (RO), nos dias 12 e 13 deste mês.

“Estamos crescendo na importação de fertilizantes, oferecendo um novo caminho logístico para receber este produto”, destacou Renato, explicando que entre as operações para este tipo de movimentação está a ‘carga de retorno’. 

Nessa modalidade, as barcaças que chegam aos portos trazendo milho e soja para exportação, são utilizadas também para o transporte do adubo em suas viagens de retorno até as zonas de produção agrícola.  

Além da infraestrutura dos portos do Arco Amazônico (popularmente conhecido como Arco Norte) para movimentar grandes volumes do produto e localização estratégica, o cultivo de grãos na região de Matopiba, formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, é um dos responsáveis por esta nova possibilidade que se apresenta ao Norte brasileiro. A safra de grãos de Matopiba deve encerrar 2022 com um acréscimo de 17%, e uma colheita recorde de 28 milhões de toneladas, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A soja, principal produto da safra do Nordeste, representa mais da metade da colheita, com mais de 14 milhões de toneladas.

De olho nas projeções, os portos da região Norte e Nordeste têm anunciado investimentos que visam abarcar a exportação desses grãos. No Porto do Itaqui, por exemplo, a Companhia Portuária Operadora do Itaqui (Copi), líder nas importações de adubos via porto maranhense, vai ampliar sua atuação com a inauguração, prevista para o mês que vem, de um projeto em parceria com a empresa logística VLI. São obras que envolvem a adaptação da estrutura portuária para carregar vagões com adubos e enviá-los para o Terminal Integrador de Palmeirante (TO), da VLI, num investimento de R$ 300 milhões. 

O Porto de Suape (PE) também quer começar a exportar os grãos de Matopiba e a operação deve ser iniciada quando o consórcio SUA Granéis, que arrematou o Terminal de Granéis Sólidos do complexo em março deste ano, efetivar as operações.

O Norte Export é um evento regional do Brasil Export – Fórum Nacional de Logística e Infraestrutura Portuária e foi realizado pela Una Marketing de Eventos. A programação, que foi transmitida pelo portal BE News, está disponível no canal do Brasil Export, no Youtube.

Super Terminais

Participante do painel, Marcello Di Gregório, diretor da Super Terminais, empreendimento instalado no Porto de Manaus há 25 anos, destacou investimentos feitos pela empresa na ordem de R$ 260 milhões em compra de equipamentos, obras de ampliação e sistemas de informação. “Fizemos o maior investimento da história do terminal”, comemorou.  

Inclusive, no último dia 14, o terminal recebeu três guindastes elétricos e um terminal tractor, equipamentos que permitirão aumentar a capacidade operacional do ativo em 25% já no início do ano que vem. 

Os três guindastes MHC Super Post Panamax têm alcance de lança de 64 metros, capaz de alcançar 19 rows, e são os mais modernos do Brasil. O Super Terminais será o primeiro terminal do mundo a operar com esse tipo de máquina. 

Em relação aos sistemas, a empresa apostou em um novo TOS – Terminal Operating System, software de solução em tempo real que irá automatizar o planejamento e os principais processos operacionais. Além de aumentar a produtividade e a eficiência operacional do terminal, o TOS possibilita uma melhor integração com seus públicos principais – armadores, exportadores, importadores, tanto de longo curso quanto de cabotagem, transportadoras e autoridades.

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