A sessão foi realizada pela Comissão Permanente de Licitação e Cadastro (CPLC) da Portos do Paraná, na manhã de ontem (Divulgação/Portos do Paraná)
Região Sul
Consórcio arremata licitação do “Moegão” de Paranaguá por R$ 592,7 milhões
Obra prevê centralização da descarga ferroviária de grãos e farelos em uma moega exclusiva no porto
Um consórcio formado por quatro empresas de engenharia arrematou o edital de licitação 006/2022, do Projeto Cais Leste, conhecido como “Moegão”, com proposta de R$ 592,7 milhões. Os envelopes foram abertos em sessão promovida pela Comissão Permanente de Licitação e Cadastro (CPLC) da Portos do Paraná, na manhã de ontem. Uma outra companhia participou como ouvinte.
A proposta vencedora foi de R$ 592.754.669,41 para elaboração do projeto executivo e execução da obra. Também foi aberto o envelope contendo a documentação técnica exigida pelo edital, com cerca de 1.500 páginas. A partir de agora começa o período para análise do material e prazos de recursos. Somente após esses intervalos e a homologação dos resultados é que serão divulgadas as empresas participantes, segundo a CPLC.
Apesar de presencial, a licitação também foi transmitida pelo canal de licitação da empresa pública no Youtube. Remotamente, participaram quase 50 ouvintes. As informações em relação ao certame estão disponíveis para consulta no site da Portos do Paraná.
Avanço
Com a realização da sessão de ontem, a Portos do Paraná avança no andamento do projeto executivo e execução da obra que prevê a centralização da descarga ferroviária de grãos e farelos em uma moega exclusiva no Corredor Leste de Exportação do Porto de Paranaguá.
“Depois de quase dois anos de preparação e projeto básico, a gente chega à primeira fase da etapa externa que é essa, de apresentação das proponentes e seus preços”, comentou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, que também acompanhou a sessão.
O consórcio, segundo Garcia, reúne grandes empresas e apresentou uma proposta interessante que será analisada antes de seguir para a segunda etapa, de habilitação.
Estando tudo de acordo com a documentação, “a expectativa é que, muito em breve, tenhamos condição de assinar o contrato, para a gente, enfim, dar início à execução de uma obra tão importante para o complexo portuário do Paraná”, destacou.
Projeto Cais Leste contempla moega para cargas e reestruturação de terminais
Além da moega exclusiva para cargas que chegam pela ferrovia, a proposta é também é de reestruturação dos acessos aos terminais da região leste do Porto de Paranaguá, otimizando a capacidade de recepção de cargas em ambos os modais rodoviário e ferroviário.
“É uma obra que muda o conceito de operação ferroviária no Porto de Paranaguá. Talvez, a maior obra da história dos portos do Paraná”, afirmou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Segundo Garcia, o projeto contempla a realidade atual e a necessidade de ampliar a participação do modal ferroviário, mas também o futuro da logística no estado e no cenário nacional.
“Desenvolveremos essa obra pensando na Nova Ferroeste, no fim da concessão da malha sul que nos atende. Enfim, temos grandes investimentos externos ao porto, que demandam muito a ferrovia e precisamos estar preparados para isso”, pontuou Garcia.
O que será feito
– Execução de trecho do empreendimento, denominado Fase 01, composto por Moega ferroviária com três linhas de recebimento de grãos e capacidade para descarga simultânea de três vagões cada;
– 1,7 km de galerias para transportadores de correia;
– 4,8 km de correias transportadoras totalmente enclausuradas com capacidade de projeto de 2000 t/h (correias de 54”), para transporte do produto descarregado na Moega Ferroviária diretamente nos terminais logísticos da área portuária;
– O sistema de descarga ferroviária será concentrado em uma moega ferroviária exclusiva e o escoamento se dará por correias transportadoras totalmente enclausuradas, de forma a não permitir emissões de material particulado para a atmosfera.
Características do Moegão:
– Capacidade para 180 vagões simultâneos;
– 3 linhas independentes;
– 11 terminais interligados;
– Expectativa de + 24 milhões de toneladas de grãos e farelos/ano;
– 900 vagões/dia (300 vagões em cada uma das 3 linhas);
– 60 vagões por lote, a cada 3,5 horas;
– Máxima – 15 composições diárias (com 60 vagões cada), 5 encostes diários; e aumentando gradativamente ao longo de 10 anos;
– Vagões passarão de 65 t para 80 t.
Benefícios:
– Mais organização no trânsito e no fluxo dos modais;
– Redução do ruído da buzina dos trens;
– 1 navio de grão = 1.200 vagões x 1.800 caminhões;
– Custo 30% menor;
– 73% menos CO2;
– Redução de 16 para 5 interferências rodoferroviárias.