O conselheiro Nacional do Brasil Export, Adalberto Tokarski, defende a necessidade de uma autoridade para cuidar da política hidroviária (Saulo Cruz/Brasil Export)
Brasil Export
Corredor bioceânico reduzirá tempo e custos no escoamento de grãos
Projeto liga a região do agronegócio brasileiro ao Chile, integrando os modais rodoviário, hidroviário e ferroviário
A produção agrícola do Centro-Oeste ultrapassa o volume de milhões de toneladas, com projeções de crescimento, mas a infraestrutura logística de escoamento não avança na mesma velocidade. Um dos empreendimentos mais visados para o transporte eficiente, com redução de tempo e custos é o corredor rodoviário bioceânico, que ligará a região do agronegócio brasileiro ao Chile. As vantagens e os desafios na implantação do equipamento de integração rodoviária, hidroviária e ferroviária foram discutidos durante o painel “Centro-Oeste: corredores logísticos multimodais”, do Brasil Export, realizado ontem, no Royal Tulip Alvorada, em Brasília (DF).
O último encontro do ano do Brasil Export: Fórum Nacional de Logística e Infraestrutura Portuária é uma realização da Una Marketing de Eventos e ocorreu na quarta-feira e ontem. O evento foi transmitido online pelo portal BE News, com flashes na Bandnews e no canal Agro+.
O presidente do Centro-Oeste Export e diretor do Movimento Pró-Logística do Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira, levantou um questionamento: “Mato Grosso, esse ano, está fechando a safra em torno de 75 milhões de toneladas de soja e milho. Para 2030, nós estamos estimando 125 milhões de toneladas de soja e milho. Como é que nós vamos fazer para escoar essa produção tanto para exportação quanto para o mercado interno?”.
Já o conselheiro nacional do Brasil Export e ex-diretor geral da Antaq, Adalberto Tokarski, apresentou um mapa e dados sobre o Corredor Rodoviário Bioceânico e apontou quais são os investimentos necessários em infraestrutura para implantar o empreendimento.
O corredor bioceânico tem extensão total de 2.396 km². O traçado passa por Santos (SP), Campo Grande (MS) e segue até o Chile, integrando os modais rodoviário e hidroviário. Mas, segundo explicou Tokarski, há a intenção de integrar o corredor à malha ferroviária.
Em sua apresentação, Adalberto Tokarski apontou qual é a situação atual da malha ferroviária que poderia ser integrada ao bioceânico desde que receba investimentos. Segundo ele, o trecho da estrada de ferro no Mato Grosso está desativado. Já o trecho boliviano funciona, mas carece de melhorias, e esse traçado se estende até o Chile.
O ex-diretor geral da Antaq pontua os benefício que do corredor bioceânico como redução de custo logístico e tempo de viagem, acesso de produtos asiáticos às regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil; acesso de produtos brasileiros, paraguaios, argentinos e chilenos à Ásia, Costa Oeste das Américas e Oceania, com maior eficiência e menores custo e tempo; estímulo das rotas terrestres transcontinentais ao comércio de produtos perecíveis e eletrônicos; implantação de uma logística moderna e eficiente e melhoria dos sistemas de armazenagem e transporte local; além da transformação do Porto Murtinho (MS).
Contudo, o diretor do Movimento Pró-Logística do Mato Grosso enfatizou a excelência na cadeia logística do Estado de Goiás. “Goiás tem uma das melhores logísticas do País, pois tem a Ferrovia Norte-Sul, que corta o norte e o sul do estado passando por todas as regiões produtoras. Falta completar o trecho Rio Verde a Ouro Verde (prevista para) no segundo trimestre do ano que vem. Em se completando isso, Goiás fica fantástico em termos de infraestrutura. O Governo tem investido na recuperação das rodovias estaduais”, destacou Edeon Vaz.
Quanto à política hidroviária, Torkaski apontou a necessidade de se ter uma autoridade sobre as hidrovias. “Precisa ter alguém que seja responsável dentro de um planejamento de avanço da hidrovia”, afirmou.
O painel contou com a moderação do diretor de Redação do BE News, Leopoldo Figueiredo.