Sindicato garante que voos de carga, de órgãos para transplante, enfermos a bordo e vacinas não serão paralisados (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Greve dos aeronautas não afeta transporte de cargas, diz SNA
Reivindicando aumento salarial, categoria deflagrou ato na manhã de ontem (19), das 6 às 8h, em aeroportos de oito cidades
O transporte de cargas por meio aéreo não foi afetado pela greve dos aeronautas, na manhã de ontem (19). Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), o serviço não foi interrompido, somente os voos de passageiros. O movimento é por tempo indeterminado.
Pilotos e comissários de voo suspenderam as atividades, das 6 às 8h, nos aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza, por tempo indeterminado, “devido à frustração das negociações da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho”.
De acordo com o sindicato da categoria, todas as decolagens iniciaram após às 8h. Mas, os voos com cargas, órgãos para transplante, enfermos a bordo e vacinas não serão paralisados.
“Os aeronautas reivindicam recomposição das perdas inflacionárias, além de ganho real, tendo em vista os altos preços das passagens aéreas que têm gerado crescentes lucros para as empresas. Reivindicam ainda, melhorias nas condições de trabalho para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, como a definição dos horários de início de folgas e proibição de alterações nas mesmas, além do cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos”.
A primeira proposta do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), rejeitada por quase 90% dos votos, atrelava o reajuste salarial pelo INPC à pauta de interesse patronal, como a venda voluntária de folga e a utilização dos dias destinados à ensino a distância para programação de voo.
Na segunda proposta, também rejeitada pelos aeronautas, as empresas admitem conceder o reajuste pelo INPC em todos os itens econômicos, exceto diárias internacionais, além de assegurarem o serviço de hotelaria quando, na execução de escala, os limites de tempo em solo forem excedidos. Também especificaram regramento para antecipação do Passe Livre e propuseram a utilização de sábados, domingos e feriados para o início do gozo das férias. No entanto, os tripulantes entenderam que esta proposta não atende às expectativas e pouco versa sobre a pauta da categoria.
TST
A ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maria Cristina Peduzzi, determinou a manutenção de 90% dos aeronautas em serviço enquanto durar a greve da categoria. A decisão foi proferida em tutela cautelar antecedente ajuizada pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) contra o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), em razão da greve.
A ministra determinou ainda que o SNA se abstenha de constranger, dificultar ou impedir o acesso de empregados ao trabalho e de promover qualquer interferência indevida, interdição ou bloqueio de vias ou serviços relacionados ao setor de transporte aéreo. A decisão prevê multa diária de R$ 200 mil em caso de descumprimento.
SNEA
Em comunicado, o sindicato patronal destacou que “ao longo do final de semana foi apresentada uma proposta pelo TST que foi aceita pelas empresas aéreas, mas rejeitada pelos aeronautas. O sindicato acredita que as categorias profissionais podem defender seus interesses por todos os meios legítimos, desde que esgotada a via negocial e observada a legalidade”.