Sindisan diz que redução da tolerância desagrada transportadores de carga (Sérgio Coelho/SPA)
Região Sudeste
Tolerância para chegada de caminhões ao Porto de Santos cairá para 3 horas
Norma que reduz prazo após a janela de agendamento vale para caminhões de contêineres e carga solta
Caminhões que transportam contêineres e carga solta passam a ter tolerância de três horas na chegada ao Porto de Santos (SP) a partir de 1º de janeiro. O prazo conta após a janela de agendamento (uma mais três = quatro horas). A medida faz parte de norma imposta pela Autoridade Portuária de Santos (SPA) que está em vigor desde 1º de outubro.
A SPA informou que esta alteração é a segunda fase prevista na Norma da Autoridade Portuária (NAP). Até então, os terminais portuários marcavam um horário no agendamento com a SPA e tinham limite de até cinco horas para receber veículos. A partir de 1º de outubro até dia 31 de dezembro, este limite caiu para quatro horas. A partir do dia 1º de janeiro até dia 1º de abril, será de três horas e, após este prazo, será de duas horas além do horário estipulado.
Para os caminhões de granéis vegetais sólidos não há alteração, pois as cargas chegam de distâncias que exigem dias de viagem. O ajuste do período agendado é feito com a parada obrigatória em pátios reguladores fora do porto, para evitar que os transportadores formem filas nas rodovias ou mesmo nas avenidas de acesso ao complexo portuário. Os caminhões ficam estacionados aguardando a chamada aos terminais. A janela para estas cargas continua sendo de seis horas.
Em novembro, o diretor de Operações da SPA, Marcelo Ribeiro, explicou que a nova portaria visa otimizar vagas de agendamento que não eram utilizadas. “Considerando que uma das maiores demandas dos transportadores é a falta de janelas para agendamento nos terminais, essa medida irá gerar grande impacto na logística do Porto”, declarou à época.
Porém, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), André Luís Neiva, disse que a norma desagrada os transportadores. “Desde que foi anunciada, esta medida da SPA causou descontentamento junto aos transportadores, já que o período total de janela mais tolerância anterior, que era de cinco horas, dava uma tranquilidade um pouco maior. Entre outros problemas, nossas dificuldades de acesso causam muitos atrasos e transtornos, que impossibilitam o cumprimento de prazos restritos”, explicou.
Entretanto, Neiva afirmou ainda que o sindicato tem acompanhado a situação. “O Sindisan está acompanhando a situação de perto desde o início e teve a garantia, por parte dos terminais, de que haveria mais janelas disponíveis após a redução na tolerância. Temos participado de reuniões periódicas, coordenadas por membros da SPA, com o objetivo de avaliar cada nova alteração. A partir de domingo, quando entrará em vigor a nova fase, vamos estar atentos aos relatos das empresas associadas e, caso surjam problemas, vamos relatar às autoridades competentes para buscar soluções”, concluiu.
Agendamento
O agendamento da chegada de cargas por via rodoviária foi implantado em 2014 pela então Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), hoje SPA, buscando solução para os congestionamentos que se formavam nas rodovias de acesso e entorno do porto, especialmente na chegada de safra.