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Especial Sudeste Export

Setor industrial cobra rapidez do Minfra para leilão da BR-262 e construção de ferrovias

19 de abril de 2022 às 20:02
Bárbara Farias Enviar e-mail para o Autor

Presidente da Federação das Indústrias do ES disse que duplicação da rodovia, EF-118 e a ferrovia do Contorno da Serra do Tigre são fundamentais para alavancar cargas nos portos capixabas 

A presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cristhine Samorini, cobrou do Ministério da Infraestrutura mais celeridade no leilão da rodovia BR-262 e nas construções da Estrada de Ferro 118 (EF-118) e do ramal ferroviário do Contorno da Serra do Tigre, a serem conectados à Ferrovia Centro-Atlântica, a maior do Brasil, durante a sua participação no Sudeste Export, no último dia 11, em Vitória, capital do Espírito Santo.

O Sudeste Export, realizado nos dias 11 e 12 de abril, é um dos eventos regionais do Brasil Export, fórum permanente dos setores portuário, de transporte e logística do País e consolidado como o maior hub de debates sobre essas áreas no Brasil.

“É fundamental que a 262 (rodovia BR-262) seja licitada esse ano, a gente também precisa que a EF-118 saia do papel definitivamente. A gente vê cronogramas, mas quer execução de obras, e a ferrovia Centro-Atlântica é fundamental que seja consolidada para que possamos ter um corredor Centro-Leste eficiente, inclusive, uma malha que seja dentro do ambiente sustentável”, afirmou Cris.

Cris ressaltou que as três obras previstas vão ao encontro das iniciativas para expansão dos portos capixabas. “Temos a previsão de expansão de portos no Estado do Espírito Santo, justamente para receber navios capesize, gerando fluxo de carga, com redução do volume de embarcações e trazendo mais eficiência. E a gente ganha uma malha, um corredor mais verde”, afirmou Samorini ressaltando que solicita mais atenção do Governo Federal, pois “a consolidação dessa malha ferroviária é fundamental para o Espírito Santo, para o crescimento de todos os portos. A Codesa (Porto de Vitória) deu o passo inicial, mas nós temos outros portos em andamento, o Porto da Imetame (em obra), o Porto Central (com vários esforços para ser cada vez mais atrativo), e, também, a Petrocit, que faz pedidos importantes para o Estado do Espírito Santo”.

“Acreditamos que o Espírito Santo é, de fato, um hub logístico, com potencial de crescimento, vamos continuar trabalhando de forma contínua para que o estado seja sempre um destaque nesse cenário”, ressaltou.

A BR-262 interliga os estados do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. É a nona maior rodovia do país, com 2.213 quilômetros de extensão. O leilão do trecho da BR-262, que liga Espírito Santo e Minas Gerais, em conjunto com a BR-381, de Belo Horizonte a Valadares, está previsto para agosto, conforme anunciado em fevereiro pelo então ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Porém, a tendência é que somente a BR-381 seja ofertada, devido ao alto custo das obras da duplicação da BR-262.

Em 30 de março último, o Governo do Espírito Santo formalizou parceira com a mineradora Vale para a realização do estudo do projeto básico da ferrovia EF-118, entre os municípios de Anchieta e Presidente Kennedy, no sul do estado. O projeto será concebido e doado pela Vale ao estado e o estudo avaliará o traçado de 88 quilômetros da ferrovia.

Na ocasião, o governador Renato Casagrande destacou a importância de buscar investimentos estaduais e federais para as obras. O projeto completo da EF-118, a ferrovia Vitória-Rio ligará Nova Iguaçu (RJ) a Cariacica (ES), atendendo aos portos do Açu (Rio) e Ubu e Porto Central, ambos no Espírito Santo. A extensão é de 577,8 km.

Quanto à Ferrovia Centro-Atlântica (Malha Centro-Leste), Cris Samorini referiu-se ao ramal ferroviário do Contorno da Serra do Tigre (MG). Em 2021, o Governo do Estado solicitou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a inclusão do projeto do ramal na renovação da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). O ramal ligaria Goiás ao Espírito Santo, com expectativa de escoamento de 22 milhões de toneladas por ano pelos portos capixabas em 2035. O volume atual é quatro vezes menor, 5 milhões de toneladas por ano. Os dados são de um estudo da Fundação Dom Cabral, encomendado em parceria entre a Findes e o Governo do Estado do Espírito Santo. O investimento avaliado em R$ 2,5 bilhões seria uma contrapartida paga pela VLI, pela renovação antecipada pela concessão da ferrovia.

A Malha Centro-Leste interliga sete estados (Minas Gerais, Sergipe, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo) e o Distrito Federal. É a principal ligação ferroviária entre o centro do país, grande produtor de grãos, e os portos capixabas.

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