O Parque Tecnológico já tem cerca de 50 empresas vinculadas, incluindo startups, mas a operação do hub de inovação ainda será desenvolvida (Crédito: Carlos Nogueira/Prefeitura de Santos)
Inovação
Parque Tecnológico deve se tornar “a casa da inovação na região”
Segundo diretor-presidente, a ideia é que o prédio que abriga a Fundação se transforme em um polo concentrador de empresas do nicho
Os planos para o prédio que abriga a Fundação Parque Tecnológico de Santos (FPTS), no bairro Vila Nova, são grandiosos aos olhos de Rogério Vilani, diretor-presidente da instituição. Para ele, o local será “a casa da tecnologia e inovação na região”, ao ter a capacidade de reunir em um só lugar atores presentes em um ecossistema que respira novas ideias.
A proposta é implementar um hub de inovação na sede da FPTS. Mas o que é um hub? É um local que concentra serviços específicos – no caso de Santos, voltados à tecnologia. Com infraestrutura adequada, o prédio pode receber empresas que buscam tecnologia, startups, empresas incubadas, investidores e instituições de apoio e alavancagem de negócios, como o Sebrae, o Senai e o Senac.
Atualmente, o Parque Tecnológico já tem cerca de 50 empresas vinculadas, incluindo startups. Porém, a operação do hub de inovação ainda será desenvolvida, possivelmente por ente privado, via edital.
“A importância de reunir tantas partes interessadas desse ecossistema em um único lugar, presencial ou virtualmente, é justamente potencializar a troca de experiências, conhecimentos e a criação de novos negócios e projetos”, explica Vilani.
Para construir o prédio de sete andares, entregue em outubro de 2020, foram investidos R$ 7,9 milhões, oriundos de um convênio entre a Prefeitura de Santos e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, mais um aporte de R$ 11,9 milhões feito pela empresa Ecoporto, por meio de termo de medidas compensatórias (Trimmc).
Para estimular a ocupação do espaço e o surgimento de novas empresas inovadoras, Rogério destaca que, além da estruturação física, existem programas da FPTS voltados aos empreendedores, startups e população, como o Start – que ajuda a acelerar o desenvolvimento de empresas – e o Marine StartupLAB, para startups do segmento portuário.
“Eventos como a Semana Municipal de Ciência e Tecnologia também ajudam a estimular o espírito empreendedor e a disseminação do conhecimento”, diz o diretor-presidente.
Porém, os desafios para consolidar o setor ainda são muitos, aponta Vilani. “Fomentar a indústria de tecnologia, pesquisa e inovação é um desafio para países em desenvolvimento, como o Brasil. A criação de um ecossistema regional favorável a essas atividades é um trabalho de longo prazo, que envolve conscientização, formação, engajamento de instituições públicas e privadas, diversidade e criatividade”, analisa.
Para ele, é preciso seguir com o trabalho de maneira consistente e constante, “porque essas atividades se tornarão uma extraordinária ferramenta de transformação da realidade socioeconômica da região”.
Questionado sobre quantas empresas do segmento tecnológico se instalaram em Santos nos últimos anos, ele explica que os dados ainda são bastante pulverizados, mas que um dos projetos em desenvolvimento no Parque Tecnológico de Santos é a criação de uma plataforma que auxiliará na captação, tratamento, consolidação, publicização e acompanhamento desses indicadores.
Considera também que o município tem as características necessárias para o setor se desenvolver, principalmente por ter diversas instituições de ensino e universidades com curso na área de tecnologia, algumas já conveniadas ao Parque Tecnológico de Santos, o que favorece a troca e o desenvolvimento conjunto de ações entre as instituições.
Marine StartupLab
A Prefeitura de Santos lançou, em maio do ano passado, o Marine StartupLab, programa em parceria com o Sebrae for Startups e com a Associação Brasileira de Startups (ABStartups) que visa atrair startups com foco no setor portuário e logístico da região.
O objetivo da primeira edição foi a pré-aceleração de 22 startups interessadas em desenvolver e/ou aprimorar soluções inovadoras voltadas a gestão, logística e transporte, além de promover o networking com empresas do setor e imersão no dia a dia do porto.
Para a sua realização, o programa reuniu diversos apoiadores institucionais estratégicos para o setor portuário, como a Santos Port Authority (SPA), Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (ABTRA), Associação Comercial de Santos e Senai; E unidades de ensino como as Fatec’s da região; Strong-FGV; Unifesp, Instituto Federal de São Paulo (Campus Cubatão), além de empresas de tecnologia.
Neste ano, além de novas edições dos programas voltados à população em geral e às startups, serão lançados programas de curta duração com foco na preparação de jovens para o mercado de tecnologia.
Estão previstos, ainda, programas voltados às startups para prepará-las para a implementação, ainda em 2023, do programa de inovação aberta de empresas do setor portuário, em continuação ao Marine StartupLab.