O projeto do terminal abrange uma área total de 2.000 hectares, com profundidades de até 25 m e 54 berços destinados a operações de petróleo, grãos, contêineres, entre outros (Foto: Reprodução)
Região Sudeste
Com R$ 2,6 bi, Porto Central inicia 1ª fase de obras
Expectativa é de que as operações no empreendimento comecem em dezembro de 2027
A primeira fase de obras do Porto Central, futuro terminal privado localizado no município de Presidente Kennedy, no Espírito Santo, terá início nesta quarta-feira (04), segundo anunciado nesta semana. Com investimentos iniciais na ordem de R$ 2,6 bilhões, a expectativa é que a conclusão da etapa ocorra até meados de 2027, com previsão de início das operações em dezembro do mesmo ano.
O projeto do complexo portuário abrange uma área total de 2.000 hectares, com profundidades de até 25 metros e 54 berços destinados a operações de petróleo, grãos, contêineres, entre outros.
A primeira etapa do projeto consiste na construção da infraestrutura portuária necessária visando abrigar um terminal de granéis líquidos. De acordo com o Porto Central, o terminal será dedicado ao transbordo de petróleo entre navios (ship-to-ship) em área protegida, visando segurança e eficiência para operações com embarcações de grande porte.
Conforme anunciado, a primeira grande intervenção será a supressão vegetal com a remoção de cerca de 65 hectares, parte de um total de 2 mil hectares licenciados para o projeto. As autorizações foram emitidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em 2023.
Além disso, a primeira fase conta ainda com obras civis de terraplanagem e implantação do canteiro de obras. Também estão previstos a produção, transporte e armazenagem de rochas para o quebra-mar sul, a instalação da central de fabricação dos elementos de concreto e a dragagem do canal de acesso.
“O Porto Central será um complexo portuário multiuso, com forte enfoque na sustentabilidade, que será capaz de atender às demandas mais otimistas de crescimento econômico do Brasil, fortalecendo a competitividade nacional, gerando empregos e renda, impulsionando oportunidades e novos negócios e melhorando a posição do país no ranking de infraestrutura portuária em relação a outros países no mundo”, declarou o CEO do Porto Central, Salomão Fadlalah.
O cronograma aponta a construção de um canal de acesso do terminal, com cerca de 26 quilômetros de extensão, e da bacia de evolução, com mais de 60 milhões de metros cúbicos, além de píer e berços para atracação dos navios.
O Porto Central estima que, durante a Fase 1, deverão ser criados até 1.295 postos de trabalho diretos, sendo que a meta estipulada é que 70% seja proveniente de mão de obra local.
Segundo a direção do empreendimento, o novo terminal projeta-se estrategicamente para atender a crescente demanda por infraestrutura portuária moderna e eficiente no país.
“Estamos prontos para contribuir com o desenvolvimento do setor portuário brasileiro e a crescente demanda para exportação de petróleo, oferecendo capacidade adicional para exportação de petróleo e reduzindo custos logísticos”, afirmou o diretor do Porto Central, Angelo Santos.
Segundo a direção do Porto Central, o investimento total no complexo será de R$ 16 bilhões, com as obras a serem realizadas em fases. A conclusão da última fase e a execução de todas as operações estão previstas para até 2040.
Logística
Conforme a apresentação, realizada para investidores e autoridades do Espírito Santo, o Porto Central terá uma importante conexão com a malha logística nacional. Além do modal rodoviário, já estão em andamento projetos para conectar o futuro terminal com a ferrovia EF-188 (ferrovia Vitória-Rio), que ligará o Espírito Santos a região Centro-Oeste com a Estrada de Ferro Vitória Minas, e à EF-352, planejada para expandir as rotas de escoamento de cargas agrícolas e industriais.
Segundo a Gerente Comercial Jessica Chan, além do transbordo de petróleo viabilizado para a Fase 1, o complexo portuário está estruturado e licenciado para permitir expansões futuras e a diversificação de operações.
“Já estamos em negociação e com estudos técnicos necessários para o desenvolvimento dos próximos terminais, em destaque o estaleiro de descomissionamento e reciclagem sustentável de navios em parceria com a M.A.R.S. e um hub de movimentação de contêineres que será capaz de receber navios de até 25.000 TEU”, comentou.