O Porto de Sines, em Portugal, tem as condições ideais para se tornar o hub das frutas brasileiras e, segundo Cecília, poderia abrigar um armazém refrigerado para esse produtoCrédito: Divulgação
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É tarefa do Brasil viabilizar hub de frutas em Portugal, diz empresária
Cecília Libório participou de live do conselho Portugal Export sobre o comércio internacional
Para que Portugal, em um possível acordo com o Brasil, se torne o tão esperado hub de distribuição de produtos do agronegócio brasileiro à Europa, principalmente de frutas, é o Brasil que deve ser o responsável pelos investimentos na infraestrutura do país. É o que defende a pernambucana Cecília Libório, empresária na Oasis Winds, empresa de importação e exportação sediada no país lusitano.
Ela falou sobre o assunto durante sua participação na live promovida pelo conselho Portugal Export, na quarta-feira (6), que debateu o comércio internacional de frutas e o papel de Portugal como hub logístico na cadeia de negócios.
Para Cecília, o Porto de Sines tem as condições ideais para se tornar o hub das frutas brasileiras, citando também que é preciso aproveitar a ida do ministro dos Transportes, Renan Filho, a Portugal, neste mês, para mostrar a ele o potencial que um acordo entre os países que abarque investimentos na infraestrutura portuguesa pode trazer para as exportações brasileiras.
“Precisamos ter um hub em Portugal, e no dia 22, precisamos mostrar a ele (Renan Filho) que a infraestrutura que a gente fica esperando que os portugueses façam é a gente que tem que fazer. Nós precisamos dessa infraestrutura em Portugal”, frisou.
Explicou também que a partir do momento em que Portugal se tornar o hub das frutas brasileiras, vai conseguir garantir preços menores devido ao baixo custo da nova rota, obrigando a Espanha a concorrer com o país vizinho, o que consequentemente aumenta a competitividade para o segmento.
“A Espanha acaba revendendo frutas brasileiras, até para Dubai (nos Emirados Árabes), como se tivessem sido produzidas por ela, com selo espanhol e pelo dobro do preço que compram do Brasil”, disse.
Na visão da empresária, com a ajuda de Portugal, o Brasil pode abrir esse mercado na Europa e obter as vantagens que virão com o crescimento das exportações do segmento.
“A gente precisa construir no Porto de Sines um armazém refrigerado para receber nossas frutas. Uma espécie de Ceasa na Europa, um ponto onde o produtor brasileiro bote suas frutas para vender diretamente ao consumidor”, pontuou.
Para Cecília, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) poderiam encabeçar as negociações e viabilizar os projetos necessários para tirar o hub das frutas brasileiras em Portugal do papel.
“O Nordeste é o paraíso das frutas e nós temos que aproveitar esse grande momento em que estamos, de boa relação entre Brasil e Portugal, para adequá-lo como porta de entrada para as frutas brasileiras”, afirmou.
Além do hub portuário, Cecília citou que o modal aeroviário também precisa ser estimulado nessas operações, seja pelo Aeroporto de Lisboa, seja pelo Aeroporto de Beja, que poderia ser transformado em um hub aéreo de frutas brasileiras.
Além de Cecília, participaram da live Diogo Castro, diretor comercial da Yilport Ibérica; Renato Estevão, empresário; e Tiago Fernandes, chefe da Divisão de Logística do Porto de Lisboa.