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O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, acredita que em breve as hidrovias poderão competir com as rodovias e ferroviasCrédito: Sérgio Francês/Mpor

Nacional

Ministério vai repassar R$ 9,4 milhões para a Antaq investir na expansão de hidrovias

Atualizado em: 17 de maio de 2023 às 9:15
Marília Sena Enviar e-mail para o Autor

De acordo com a agência reguladora, o crescimento desse modal irá resultar em oportunidades de negócios

O Ministério de Portos e Aeroportos destinou R$ 9,4 milhões para a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para investimento na expansão das hidrovias brasileiras. O aporte corresponde a 17% do orçamento da agência. Segundo a Antaq, “o crescimento desse modal resultará em oportunidades de negócios, tornando mais fácil e acessível transportar”.

O anúncio do investimento foi feito ontem (16), na sede do Ministério de Portos e Aeroportos, em Brasília, pelo ministro Márcio França e pelo diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery. O valor será repassado através do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC).

Com o montante, a Antaq vai investir na contratação de profissionais para realizar estudos que possam aprimorar o projeto das hidrovias, como a contratação de profissionais da área da tecnologia da informação e rastreadores de embarcações, consultorias para realização de melhores práticas de concorrência nacional e internacional, contratação de apoio especializado em áreas de estatísticas e a contratação de licenciamento de sistema gerenciador de banco de dados Oracle.

As autoridades ressaltaram que as hidrovias foram responsáveis por transportar mais de 116 milhões de toneladas de carga, quase 10% de todo o transporte aquaviário do ano passado.

As principais hidrovias que serão objetos de investimentos são: Rio Madeira; Rio Tapajós; Rio Paraguai; Barra Norte; Rio Tietê-Paraná; e Rio São Francisco.

“É uma alegria e satisfação da agência contar com a prioridade do Ministério de Portos e Aeroportos com relação ao fomento das hidrovias. Temos uma série de estudos com a pasta para podermos destravar o modal, que é muito importante tanto para o equilíbrio da matriz de transportes quanto para aumentar a vazão das nossas commodities agrícolas”, ressaltou Eduardo Nery.

Márcio França foi questionado sobre o conflito entre os setores do transporte aquaviário e o elétrico. Afinal, a água dos rios é utilizada para a geração de energia elétrica. Segundo o ministro, enquanto houver recursos hídricos, não é necessário deixar de utilizar as hidrovias.

“A gente sabe que essa convivência com a parte elétrica também está indo para uma rapidez de mudança que não vai durar muitas gerações para ver isso. Com o formato do hidrogênio verde e com tantas outras alternativas que nós temos no Brasil, é evidente que nós vamos ter uma transformação muito mais rápida disso do que na logística”, disse.

Aposta

O setor de transportes ferroviário e rodoviário poderão perder espaço com o investimento nas hidrovias. A política de infraestrutura brasileira busca descarbonizar a logística nacional. Por isso o projeto de Portos e Aeroportos junto com a Antaq está entre as principais apostas do Governo Federal para o futuro.

Um comboio de transporte aquaviário equivale a mais de 250 vagões ou a mais de 500 carretas, por exemplo. Os impactos são diretos em capacidade e em consumo de combustível e emissão de poluentes. Os custos de implantação de hidrovias também são menores: apenas de 2% a 8% dos necessários à implantação de ferrovias e rodovias, respectivamente.

“O formato de projeto com a Antaq é o modelo sadio da República. Em breve as hidrovias poderão competir com as ferrovias e as hidrovias”, disse França. “Para fazer o melhor é preciso ter estrutura e antecipar os fatos. É isso que estamos fazendo com a Antaq. O problema não é dinheiro, é decisão política. E a decisão nós estamos tomando para agilizar”, completou o ministro.

ASPAS 

“Temos uma série de estudos com a pasta para podermos destravar o modal, que é muito importante tanto para o equilíbrio da matriz de transportes quanto para aumentar a vazão das nossas commodities agrícolas”

Eduardo Nery, diretor-geral da Antaq

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