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Região Nordeste

Nordeste deve ser o ‘território da vez’ para energia limpa

27 de abril de 2022 às 17:46
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Localização geográfica e projetos que envolvem a produção de hidrogênio verde têm trazido destaque à região

O Complexo Industrial Portuário de Suape (PE) garantiu recentemente, em fevereiro, recursos da ordem de R$ 6,4 milhões para investir em pesquisas e produção de hidrogênio verde (H²V) dentro do Porto. Pouco antes, havia lançado o Projeto Carbono Neutro, que visa mensurar e mitigar os impactos da emissão de gases de efeito estufa em seu território.

Mais para cima do mapa brasileiro, o Porto de Pecém (CE) caminha para se tornar o maior hub de hidrogênio verde do País e já conta com 17 empresas interessadas em explorar a produção do gás em sua área. A seu favor há ainda a localização geográfica, além de sol e vento constantes, fatores que atraem investidores.

Ações como essas destacam o Nordeste como o “território da vez” para a geração de energia limpa, segundo os participantes do painel que discutiu a “Revolução energética, iniciativas verdes nos portos e respectivos benefícios na redução de custos das operações”, realizado ontem (26), no Nordeste Export.

Para a diretora de Relações Institucionais do Complexo do Pecém, Rebeca Oliveira, os estudos que estão sendo realizados no porto em relação à produção do hidrogênio verde servirão de alicerce para outros portos que quiserem renovar suas matrizes energéticas.

“O hidrogênio verde ainda não é palpável, ainda estamos em fase de estudos para entender como transportar em segurança este produto na exportação. Mas, acredito que o que estamos fazendo nesta primeira fase vai ajudar outros portos quando eles começarem a fazer isso também”, disse Rebeca Oliveira.

O diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Complexo de Suape, Carlos Cavalcanti, explicou que, além de estabelecer descontos para navios “verdes” que operam no Porto, Suape segue as diretrizes do plano de descarbonização estadual, lançado em março deste ano.

A iniciativa é uma estratégia do Estado de Pernambuco para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e contribuir para evitar o aumento do aquecimento global e suas consequências. As medidas envolvem os setores de energia e indústria, transportes, resíduos e agricultura, floresta e outros usos do solo.

“Estamos nos preparando para um futuro que vem rápido. A demanda pede para mudarmos procedimentos e adaptarmos a infraestrutura dos portos para recebermos os novos navios. Não podemos mais depender do petróleo”, pontuou Carlos Cavalcanti.

O diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviário (Antaq), José Renato Fialho, ao ser questionado sobre o que o órgão faz para incentivar os players a adotar a energia renovável, respondeu que a Antaq realiza fóruns, como o Cooperaportos, onde reúne especialistas para discutir diversos assuntos, entre eles, a mudança da matriz energética no setor.

Há ainda o ranking do Índice de Desempenho Ambiental Portuário (IDA), que estimula a utilização do modal aquaviário e serve como um indicador em relação a boas práticas ambientais dos portos.

“É uma forma que a Agência tem para incentivar as empresas a adotarem políticas sustentáveis”, disse José Fialho.

O painel teve como moderador o conselheiro do Nordeste Export, Larry Rabb Carvalho, e a subsecretária de Sustentabilidade do Ministério da Infraestrutura, Larissa Amorim.

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