União e reconstrução
A invasão da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes, com os consequentes e inadmissíveis atos de vandalismo no Palácio do Planalto, no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso Nacional, não foi apenas um ataque ao governo eleito, a um presidente ou a um partido. No final, independente dos motivos alegados, se tornou um ataque contra a República, a democracia brasileira e a sociedade. Um ataque contra todos os brasileiros.
Manifestantes vestindo o Ordem e Progresso do pavilhão nacional, mas impulsionados pelo radicalismo, cometeram crimes. Houve invasões, danos ao patrimônio público, vandalismo, agressões a policiais, furtos de obras de arte, documentos e armas. Ações absurdas para qualquer país civilizado e que devem ser investigadas pelas forças policiais – e ter seus responsáveis, todos eles, julgados em processo formais.
Este episódio também deve ser analisado com um olhar mais amplo. Ele marca o mais recente capítulo do avanço da cultura do ódio no cenário político brasileiro, desse nós contra eles que amarga a história do País há vários anos e pode ser mais claramente percebido há quase uma década. Essa nefasta filosofia, de resultados aviltantes, também deve ser combatida e expurgada do sistema brasileiro.
Agora, é o momento de reconstruir, de unir esforços e buscar o melhor para todos. É o momento de um novo tipo de manifestação, como a que foi vista na noite de ontem, segunda-feira, dia 9, em Brasília, quando todos os governadores brasileiros se reuniram com os chefes dos três poderes da República, em um encontro sem bandeiras políticas, mas em prol da democracia, do presente e do futuro do Brasil. Um episódio que deixa claro: o que une a sociedade brasileira é bem maior do que aquilo que separa seus grupos.
Que as falas de ódio, das mais tímidas às bem eloquentes, sejam deixadas de lado. Que o ranço seja eliminado. Que gestos em prol da união sejam feitos. E que autoridades, agentes públicos, setor privado e toda a sociedade civil se unam em prol do desenvolvimento do País, de suas reformas, das obras que se fazem necessárias, marcando assim um novo capítulo na história brasileira.
