sexta-feira, 07 de fevereiro de 2025
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Opinião

Editorial

Vitória e o novo calado

O Porto de Vitória (ES), em plena transição de uma gestão pública para uma privada, deu um passo definitivo para ampliar sua capacidade operacional e a competitividade de suas atividades. Nesta semana, o complexo retomou as manobras-testes para a exploração de um calado máximo de 12,5 metros no canal de navegação. A partir dessas avaliações, a Companhia Docas do Espírito Santos (Codesa, a autoridade portuária) terá condições de liberar o tráfego de navios com esta profundidade, retomada recentemente, e, assim, permitir que transportem uma maior tonelagem de cargas.

O calado máximo é a maior profundidade que um navio – ou melhor, sua quilha, em seu ponto mais inferior – está autorizado a atingir em um rio, um canal, uma baía ou um lago, mantendo as condições de segurança. Para isso, a via de navegação percorrida por ele tem de apresentar uma profundidade maior, que permita esse calado, e mais uma distância de segurança com o leito, de modo que a embarcação não encalhe ou sofra algum acidente.

É esta dinâmica que força uma redução do calado quando a via de navegação não é dragada e tem sua profundidade reduzida.

Para um navio, é uma péssima notícia, uma vez que, se ele não pode atingir uma maior profundidade, isso significa que ele não pode carregar tanto peso. Por consequência, tem sua capacidade de transporte limitada. Isso ainda afeta os custos de transporte, uma vez que os gastos com a viagem acabam sendo distribuídos por um volume menor de mercadorias, que passam a ter um preço logístico maior. Assim, um porto sem dragagem passa a ser um porto associado a um alto custo logístico, perdendo sua competitividade.

Com a retomada do calado máximo de 12,5 metros no Porto de Vitória, temos o complexo voltando a apresentar melhores condições de transportes, se tornando mais competitivo e, assim, podendo atrair mais cargas. Com essa nova profundidade, por exemplo, seus cargueiros poderão carregar mais 15 mil toneladas  de carga geral ou granéis. E no caso de conteineiros, mais 1.500 TEU (sigla de Twenty-feet Equivalent Unit, unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).

Esse é o caminho virtuoso de um complexo marítimo e que deve ser perseguido em todo o sistema portuário nacional. Que o exemplo de Vitória seja seguido.

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TAGS calado canal competitividade dragagem navegação porto Vitória

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