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O aumento no nível do rio Negro verificado nos últimos três dias é considerado atípico para o período, já que oscilações anteriores se mantinham entre um e quatro centímetros (Foto: Alex Pazuello/Secom Manaus)

Região Norte

Rio Negro volta a subir e atinge 12,53 metros após período de repiquete

Atualizado em: 13 de novembro de 2024 às 8:51
Júnior Batista Enviar e-mail para o Autor

Nos últimos três dias, o rio ganhou 30 centímetros de altura, aumentando em média 10 centímetros por dia

O Porto de Manaus (AM) anunciou na segunda-feira (11) que o nível do Rio Negro chegou a 12,53 metros, marcando uma elevação significativa após dias de repiquete, fase em que o rio oscila entre subida e vazante. Nos últimos três dias, o rio ganhou 30 centímetros de altura, aumentando em média 10 centímetros por dia. No último sábado (9) o nível do rio era de 12,33 metros.

O aumento no nível do Negro é considerado atípico para o período, já que oscilações anteriores se mantinham entre um e 4 centímetros. Em comparação com o ano passado, quando o rio alcançava 13,09 metros na mesma época, a diferença atual é de 56 centímetros a menos, mas o movimento de subida pode indicar mudanças nos padrões de cheia.

A Prefeitura de Manaus intensificou a limpeza da orla do rio devido ao período de seca, visando amenizar o impacto da oscilação do rio e preparar a área para possíveis novas variações.

A seca que afeta o Rio Amazonas em 2024 é considerada ainda mais grave que a de 2023. Dados do Serviço Geológico do Brasil revelam que o Rio Negro, na estação do Porto de Manaus, registrou os níveis mais baixos desde o início das medições, em 1902. Em Itacoatiara, uma das áreas mais impactadas, a profundidade do Rio Amazonas também está abaixo do observado no ano passado.

Apesar da gravidade da seca, há otimismo em relação às chuvas. As precipitações começaram mais cedo este ano, com registros já em outubro, diferente de 2023, quando as chuvas só começaram em novembro. Nos últimos 30 dias, as chuvas no Norte do Amazonas superaram os volumes acumulados nos últimos dez anos.

Rio Amazonas

Conforme o BE News mostrou no fim de outubro, enquanto o Rio Negro enfrenta a seca, o Rio Amazonas também sofre com a redução do nível das águas, o que afeta diretamente o tráfego de navios de carga. Empresas que operam na região estimam que o fechamento para embarcações maiores deve se prolongar até o fim deste ano. O “plano B” – que consiste na utilização de dois terminais flutuantes instalados em setembro na área menos crítica – está em operação. Esses terminais permitem que as cargas sejam transferidas para balsas, adequadas para operar em menores profundidades. As informações foram publicadas pelo Valor Econômico.

O outra alternativa utilizada pelas empresas de transporte é o desvio das cargas para o porto de Vila do Conde, no Pará, o que, segundo Luís Resano, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac), adiciona cerca de dez dias ao trajeto. Resano acredita que a situação permanecerá crítica até dezembro, enquanto Augusto Rocha, diretor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), projeta que a interrupção pode se estender até janeiro, como aconteceu no ano anterior.

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