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terça, 07 de maio de 2024
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Opinião

Editorial

Bárbara Farias e Vanessa Pimentel

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Articulista

Aprofundamento do canal do Porto de Santos: uma necessidade inadiável

O Porto de Santos, como um dos principais pilares da economia brasileira, enfrenta há anos o desafio de otimizar sua capacidade operacional e promover a eficiência logística necessária para o comércio exterior. Nesse cenário, a urgência em realizar a obra de aumento da profundidade do canal de acesso para 17 metros é inegável, não apenas para a competitividade do complexo portuário, mas para todo o sistema econômico do país.

O debate em torno dessa intervenção, discutido há quase uma década, tem adquirido uma importância ainda maior à medida que os terminais portuários instalados no Porto de Santos evidenciam os custos e desvantagens da demora. O apontamento de que a ampliação do calado permitiria operações com navios maiores é uma observação pertinente. Isso não apenas aumentaria a capacidade de carga, mas também tornaria o porto mais atrativo para operações de cabotagem, redistribuindo as cargas pelo País de forma mais eficiente.

Além do aspecto econômico, a obra de dragagem de aprofundamento teria um impacto direto na logística portuária. A espera de navios por até nove horas devido às limitações de maré não é apenas uma ineficiência operacional, mas também um entrave à fluidez do comércio. A conclusão dessa obra poderia encurtar esse tempo para 2 ou 2,5 horas, trazendo uma melhoria substancial para o tráfego portuário.

A efetivação dessa dragagem não apenas aumentaria a capacidade do Porto de Santos, mas também reforçaria seu papel como um hub port na costa brasileira. Isso, por sua vez, estimularia o crescimento da cabotagem, fortalecendo a matriz logística nacional. Afinal, um porto mais profundo é sinônimo de mais flexibilidade e oportunidades para diferentes tipos de embarcações e rotas.

As discussões sobre a execução dessa obra, seja através do setor público ou privado, são igualmente relevantes. O presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, enfatiza a necessidade de encontrar um equilíbrio entre a gestão pública e a privada, visando tanto a eficiência quanto a transparência. A flexibilização da burocracia é vital para garantir que as ações necessárias não fiquem presas em processos morosos.

Além disso, a abertura para novos modelos de parceria, como a possibilidade de vincular o aprofundamento do canal à construção do túnel Santos-Guarujá, demonstra a disposição em buscar soluções criativas e integradas para os desafios enfrentados.

Em última análise, o aprofundamento do canal de navegação do Porto de Santos não é apenas uma obra física, mas uma peça-chave para a transformação positiva de todo o cenário logístico e econômico do Brasil. É um investimento que transcende a esfera portuária, afetando a competitividade internacional do país e a eficiência das operações comerciais. Atrasar mais essa intervenção seria negligenciar a necessidade de impulsionar a infraestrutura nacional para um patamar mais moderno e eficaz.

 

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TAGS economia brasileira necessidade inadiável PORTO DE SANTOS profundidade do canal

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