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terça, 07 de maio de 2024
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Sergio Cutrim

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Como podemos incentivar a sustentabilidade, ESG e a inovação?

Estas duas competências são indissociáveis no contexto atual e por isso devem ser incentivadas. Não existe inovação perene sem considerar a sustentabilidade e para o desenvolvimento da sustentabilidade e do ESG é preciso ser inovador. Vamos conversar sobre esta intersecção.

Existem várias possibilidades para incentivar, inspirar e fomentar o desenvolvimento sustentável e a inovação. Aqui vão as principais: regulamentação; premiação; guias; educação; rating; incentivos financeiros; certificações e a pressão da sociedade.

Vejamos alguns destes direcionadores. Um guia de melhores práticas contribui na disseminação das melhores práticas do mercado, analisa os benchmarks e aponta um caminho, facilitando a construção de uma jornada. Como exemplo temos o Guia de Melhores Práticas de Sustentabilidade Portuária: a estratégia ESG.

A regulamentação é essencial, pois a principal forma do estado atuar é via planejamento, fiscalização e definindo o marco regulatório. A regulamentação é ampla, envolve leis, decretos, portarias, normas regulamentadoras. Recentemente a Comissão de Valores Mobiliários publicou a norma 193 que dispõe sobre a elaboração e divulgação do relatório de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade, com base no padrão internacional emitido pelo International Sustainability Standards Board – ISSB.

O incentivo financeiro é uma das principais formas de promoção e adoção de práticas sustentáveis e inovadoras. Um exemplo é o BNDES que cobra taxas de juros reduzidas quando há comprovação de ganhos ambientais e sociais.

As certificações podem funcionar como barreiras não tarifarias, mas também podem ser projetos impulsionadores de institucionalização da sustentabilidade e da inovação e da criação de uma cultura organizacional forte e resiliente. Podemos citar o exemplo da ISO 14000 – Sistema de Gestão Ambiental e da ISO 56002 – Gestão de Sistemas de Inovação.

A educação, principalmente das novas gerações, já aborda princípios de sustentabilidade e inovação. A maioria das escolas e faculdades já inclui estes temas em seus projetos pedagógicos. A educação corporativa também já vem se preocupando e ofertando soluções nesta temática para as organizações.

Os ratings são uma opção de comparação de desempenhos das organizações, segundo critérios e indicadores pré-estabelecidos. Temos alguns exemplos, como o rating ESG da empresa Sustainalytics. Na inovação temos o Índice Global de Inovação criado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI – WIPO, na sigla em inglês). O Brasil está na 49° colocação.

A pressão da sociedade por organizações mais sustentáveis é uma constante. Os meios de comunicação vem fazendo um trabalho relevante neste sentido. As novas gerações, millenials, Y e Z,  já incorporaram estes princípios.

Sobre índices, no Brasil, temos um grande exemplo de índice promovendo a sustentabilidade que é o ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial da bolsa de valores B3. Ele mede o desempenho médio das cotações dos ativos de empresas selecionadas pelo seu reconhecido comprometimento com a sustentabilidade.

Para o setor portuário e aquaviário temos um relevante marco que é o Índice de Desempenho Ambiental – IDA, criado pela ANTAQ. O IDA tem sua origem em 2012 e tem por objetivo medir a conformidade socioambiental. O índice utiliza a metodologia de Analytic Hierarchy Process (AHP) para medir o desempenho distribuído em 38 indicadores, em 4 categorias de análise: econômico-operacional, sociocultural, biológico-ecológico e físico-químico. O IDA avançou muito e hoje representa um marco na competição saudável entre as organizações na temática sustentabilidade, ESG e inovação.

No dia 23 de novembro foi divulgado o resultado do Prêmio ANTAQ 2023 Melhores Práticas ESG e Inovação, baseado no IDA de 2022. Com quinze categorias distintas foram premiadas 39 organizações e trabalhos voltados ao setor aquaviário.

Na categoria desempenho Ambiental – Portos Públicos se sagraram vencedores o Porto do Itaqui, Porto de Itajaí e Porto de SUAPE. Na categoria Desempenho Ambiental – Terminais de Uso Privado se sagraram vencedores a PortoNave, Porto de Itapoá e VAST Infraestrutura.

Parabenizamos a ANTAQ pela formidável iniciativa e todas as organizações que “competem” pelo desenvolvimento da sustentabilidade.


Estamos ansiosos pela atualização do IDA que deverá ser feita em 2024.

 

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TAGS desenvolvimento sustentável e a inovação International Sustainability Standards Board sustentabilidade e do ESG

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