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terça, 07 de maio de 2024
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Editorial

Da Redação

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Desoneração, receitas e, é claro, despesas

A decisão do Governo Federal de suspender a reoneração da folha de pagamento para 17 setores econômicos neste ano é um passo sensato em direção a uma abordagem mais equilibrada no cenário fiscal brasileiro. O anúncio feito pelo líder do Governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues, após reunião com o ministro da Economia, Fernando Haddad, sugere uma disposição para encontrar soluções que garantam a estabilidade financeira sem prejudicar segmentos cruciais.

O valor substancial da perda de receita, estimada em R$ 12,26 bilhões em 2024, é motivo suficiente para que Governo e Congresso busquem alternativas que atendam às necessidades fiscais sem comprometer o crescimento econômico. A decisão de enviar um novo texto por meio da Medida Provisória 1.202 reflete uma busca por uma estratégia mais eficaz e flexível.

A disposição do Governo em dialogar e estudar uma nova proposta, discutindo inclusive a revisão do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), é uma atitude construtiva. É crucial encontrar um equilíbrio entre a necessidade de receitas para manter a estabilidade fiscal e os incentivos necessários para impulsionar setores-chave da economia.

O impacto do Perse, estimado entre R$ 17 bilhões e R$ 30 bilhões no primeiro semestre de 2024, é um aspecto que merece atenção. A discussão aberta sobre a necessidade de ajustes indica uma disposição para encontrar soluções que garantam a sustentabilidade financeira sem prejudicar setores em recuperação.

A derrubada do veto presidencial que desonerava a folha até 2027 gerou uma série de desafios, mas a flexibilidade demonstrada pelo Governo em reavaliar a situação é um sinal positivo. É essencial que as discussões futuras incluam um debate aberto sobre o controle de gastos públicos, reduzindo a necessidade de receitas adicionais.

A busca por um novo caminho que mantenha a desoneração, garanta a receita necessária e minimize o impacto na economia é uma tarefa desafiadora, mas essencial. A capacidade de manter a estabilidade fiscal sem comprometer o desenvolvimento econômico é um equilíbrio delicado que exige uma abordagem cuidadosa e colaborativa por parte do Governo e do Congresso.

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