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terça, 07 de maio de 2024
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Ricardo Molitzas

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Falta de investimentos em acessos acende a luz vermelha no Porto de Santos

A importância dos portos, em especial a do complexo santista, para o Brasil é indiscutível. Por aqui, passa grande parte de nosso comércio exterior. No entanto, o foco das autoridades públicas e do setor privado precisa estar nos acessos, que estão sobrecarregados e cada vez mais próximos de se tornarem completamente insuficientes. Não se trata, apenas, de melhorar um sistema de movimentação ou outro. Rodoviário, aquaviário, ferroviário… Todos precisam, para ontem, de investimentos para modernização e expansão de capacidade.

Fora da relação das dez maiores economias entre 2020 e 2022, o Brasil retornou ao seleto grupo no ano passado, quando cresceu 2,9%. A guinada do País passou, decisivamente, pelos portos nacionais, entre os quais se destaca o de Santos, com movimentação acima da esperada. Apesar disso, nem tudo são flores. O setor vê com temor a falta de investimentos nos acessos ao complexo. A preocupação é de que a infraestrutura, já saturada, entre em colapso, fazendo o porto estagnar. Mudanças são urgentes. A luz vermelha, antes distante, está acesa.

A importância dos portos, em especial a do complexo santista, para o Brasil é indiscutível. Por aqui, passa grande parte de nosso comércio exterior. No entanto, o foco das autoridades públicas e do setor privado precisa estar nos acessos, que estão sobrecarregados e cada vez mais próximos de se tornarem completamente insuficientes. Não se trata, apenas, de melhorar um sistema de movimentação ou outro. Rodoviário, aquaviário, ferroviário… Todos precisam, para ontem, de investimentos para modernização e expansão de capacidade.

Em 2023, 174 milhões de toneladas em cargas passaram por aqui, número este que estava previsto apenas para os próximos anos. A notícia boa é que estes volumes não irão parar de crescer, mas, para isto, são necessários investimentos prioritários na infraestrutura de acessos, pois os gargalos logísticos vêm se agravando, com o sufocamento de todo o sistema, o que refletirá na riqueza gerada (ou desperdiçada devido à lentidão dos atores que deveriam proporcionar estes investimentos).

As soluções são de conhecimento geral, todas elas debatidas em várias edições do Santos Export, como uma nova ligação entre o Planalto e a Baixada. Entretanto, o investimento demora a acontecer. E não é só isso: do que adianta termos uma terceira pista no Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) se, aqui, não houver estrutura adequada para receber o fluxo futuro? Há quanto tempo falamos das perimetrais, que não têm uma clara definição de obra? A perimetral da margem esquerda do Porto de Santos já fez aniversário de dez anos de discussões, promessas e por aí ficamos.

É verdade que existem anúncios dos governos Federal e Estadual, no sentido de agilizar os investimentos e tirar do papel os projetos necessários para a região. Porém, é necessário que esses anúncios saiam das apresentações para as realizações de fato. 

Estamos atrasados. A situação, que já vinha se agravando, se aproxima de um instante decisivo: ou ocorre uma mudança, no sentido de acelerar obras e trazer melhorias em todos os modais possíveis, ou o Porto de Santos corre o risco de estacionar, abalando uma economia que ainda tenta se reerguer.

A perspectiva ainda é de continuidade de crescimento. Mesmo assim, deixamos a luz amarela para trás e vemos a vermelha acesa e brilhando. A demora para tomada de decisões precisa de um fim. Também é necessário o efetivo início dos investimentos para aperfeiçoar as condições rodoviárias, aquaviárias e ferroviárias. Só assim, seguiremos no caminho do crescimento do Porto de Santos.

 

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